Plotino – Tratado 1,1 (I,6,1) – Que espécies de coisas são belas

Baracat

1. O belo [kalon] está sobretudo na visão [opsis], mas está também na audição, por conta de combinações [synthesis] de palavras, e está também na música [mousike] de todos os tipos: pois melodias [mele] e ritmos [rythmos] também são belos; há também, para aqueles que se elevam das sensações [aisthesis] ao que é superior, belas ocupações, ações [praxis], hábitos [hexis], conhecimentos [episteme] e ainda a beleza das virtudes [arete] 1. E se houver alguma ainda anterior a essas, ela mesma se mostrará.

Então, o que faz até mesmo os corpos [soma] aparecerem belos e a audição anuir a sons porque são belos? E todas as coisas que derivam da alma [psyche], como são todas elas belas? São todas as coisas belas por uma e mesma beleza, ou a beleza no corpo é diferente da que há em outra coisa? E o que são, ou que é essa beleza? Pois, enquanto certas coisas não são belas por seu próprio substrato, como os corpos, mas por participação [methexis], outras são elas mesmas belezas, tal como a natureza das virtudes. Corpos, com efeito, se mostram ora belos, ora não belos, pois uma coisa é serem corpos, outra serem belos. Então, que é essa beleza presente nos corpos? Primeiramente a seu respeito devemos investigar. [304]

O que é isso que move os olhares dos espectadores e os volve para si, os atrai e os faz deliciarem-se com o espetáculo? Encontrado isso, talvez possamos, utilizando-o como uma “escada” 2, contemplar também as demais belezas. Dizem que todo mundo 3 diz que a simetria [symmetria] das partes umas com as outras e com o todo [holon], e a adição de algumas boas cores [chroma], constitui a beleza para a visão e que, tanto para essas quanto para todas as outras coisas em geral, o serem belas consiste no serem simétricas e mensuradas; para estes, nada simples, mas apenas e forçosamente o que é composto, será belo: e, para eles, o todo será belo, mas as partes individuais não serão belas por si mesmas, apesar de contribuírem para que o todo seja belo. Ora, se o todo é belo, também as partes devem sê-lo, pois com certeza não é a partir de partes feias que ele será belo, mas porque todas elas possuem a beleza. As belas cores, para eles, bem como a luz do sol, sendo simples, não possuindo a beleza da simetria, serão excluídas de serem belas. E o ouro, como será belo? E um relâmpago ou os astros na noite, havemos de vê-los por serem belos? Também nos sons o simples será eliminado, embora, com frequência, cada um dos sons presentes numa totalidade bela belo seja também ele. E quando, preservada a mesma simetria, o mesmo semblante parece ora belo, ora não, como não dizer que a beleza deve ser algo outro além da simetria e que o simétrico é belo devido a algo outro? E se, passando para as ocupações e discursos belos, atribuírem à simetria a [305] causa da beleza também nessas coisas, o que seria chamado simetria nas belas ocupações, ou leis, ou conhecimentos, ou ciências 4? Como teoremas seriam simétricos uns aos outros? Se for porque são harmoniosos, também haverá concordância e harmonia de maus teoremas. Pois dizer que a justiça [dike] é uma nobre ingenuidade é harmônico e coerente com que a temperança é uma idiotice, as proposições concordam entre si 5. Toda virtude é uma beleza da alma e uma beleza mais verdadeira que as mencionadas acima; mas como elas são simétricas? Pois elas não são simétricas como a magnitude ou o número e, ainda que haja múltiplas partes da alma, a composição ou fusão de suas partes ou seus teoremas obedeceria a que tipo de razão? E qual seria a beleza do intelecto [noûs], se ele vive isolado 6?

Américo Sommerman

1. O Belo dirige-se sobre tudo à visão, mas também há uma beleza para a audição, como em certas combinações de palavras e na música de toda espécie, pois a melodia e os ritmos são belos. As mentes que se elevam para além do reino dos sentidos encontram uma beleza na conduta de vida: em atos, caracteres, bem como a encontram nas ciências e nas virtudes. Há uma beleza anterior a essa? A inquirição que se segue o mostrará.

O que faz com que a visão vislumbre a beleza do corpo e a audição seja tocada pela beleza dos sons? Por que tudo o que está relacionado à alma é belo? É de um único Princípio que todas as coisas belas tiram sua beleza ou há uma beleza nas coisas corpóreas e outra nas incorpóreas? E o que são essas belezas ou essa beleza? Certas coisas, como as formas materiais, são belas não devido à sua própria substância, mas por participação. Outras são belas em si mesmas, como a virtude. Os mesmos corpos mostram-se ora belos, ora desprovidos de beleza, de modo que o ente do corpo é muito diferente do ente da beleza. Que beleza então é essa que está presente nas formas materiais? Eis a primeira coisa a ser respondida em nosso questionamento.

O que é que atrai o olhar do espectador para os objetos belos e faz com que se alegre com a sua contemplação? Se encontrarmos a causa disso, talvez possamos nos servir dela como uma escada para contemplar as outras belezas. Quase todo mundo afirma que a beleza visível resulta da simetria das partes umas em relação às outras e em relação ao conjunto, dotadas, além disso, de certa beleza de cores. Neste caso, a beleza dos seres e de todas as coisas seria devida à sua simetria e sua proporção. Para aqueles que pensam assim, um ser simples não será belo, mas apenas um ser composto. Ademais, cada parte não terá a beleza em si mesma, mas apenas ao combinar-se com as outras para constituir um conjunto belo. No entanto, se o conjunto é belo, é necessário que as partes também sejam belas, pois uma coisa bela não pode ser constituída de partes feias. Tudo o que ela contém precisa ser belo. Conforme essa opinião, as cores belas e mesmo a luz do Sol, sendo desprovidas de partes e portanto desprovidas de uma bela simetria, seriam desprovidas de beleza. E por que o ouro é belo? E o relâmpago que vemos na noite, o que faz com que ele seja belo? O mesmo pode ser perguntado dos sons, pois se essa opinião estiver correta, a beleza não poderia estar associada a um som simples. No entanto, freqüentemente cada um dos sons que fazem parte de uma composição é belo em si mesmo. E quando um rosto, cujas proporções permanecem idênticas, mostra-se às vezes belo, às vezes feio, podemos ter alguma dúvida de que a beleza seja algo mais que a simetria dessas proporções, de que seja dessa outra coisa que o rosto bem proporcionado tire a sua beleza?

Se nos voltarmos para as belas condutas e os belos discursos, poderemos atribuir a causa de sua beleza à simetria. É possível falar de simetria no que diz respeito às condutas nobres, às leis, aos conhecimentos ou às ciências? As teorias ou especulações podem ser simétricas umas em relação às outras? Se é por haver concordância entre elas, também pode haver concordância entre teorias más. A opinião de que a “honestidade é uma espécie de estupidez” harmoniza-se perfeitamente com a opinião de que a “moralidade é uma ingenuidade”. A correspondência e concordância entre ambas é completa.

E se falarmos agora da virtude, que é uma beleza da alma e uma beleza que está realmente acima das mencionadas antes, como dizer que ela é composta de partes simétricas? Embora a alma seja constituída de várias partes, suas virtudes não podem ter a simetria das dimensões e dos números: pois qual padrão de medida pode haver na relação entre as partes da alma? Por fim, conforme essa opinião, no que consistiria a beleza da inteligência que permanece livre em si mesma?

Igal

1. La belleza se da principalmente en el ámbito de la vista. Pero también se da en el ámbito del oído y conforme a combinaciones de palabras; mas también se da en la música, y aun en toda clase de música, pues también hay melodías y ritmos bellos. Y si, abandonando la percepción sensible, proseguimos hacia lo alto, también tenemos ocupaciones, acciones y hábitos bellos, ciencias bellas y la belleza de las virtudes. ¿Existe además alguna belleza anterior a éstas? La discusión misma lo mostrará.

¿Cuál es, pues, la causa de que aun los cuerpos aparezcan bellos y de que el oído asienta a los sonidos conviniendo en que son bellos? Y cuantas cosas depende directamente del alma, ¿en virtud de qué son todas bellas? ¿Y todas las cosas bellas lo son en virtud de una sola y misma belleza o es distinta la belleza que hay en un cuerpo de la que hay en otra cosa? ¿Y cuáles son ésta o estas bellezas? Porque hay cosas, como los cuerpos, que son bellas no por sus sustratos mismos, sino por participación, mientras que otras son bellezas ellas mismas, por ejemplo la naturaleza de la virtud. En efecto, unos mismos cuerpos parecen ora bellos, ora no bellos, como que una cosa es ser cuerpos y otra ser bellos. ¿En qué consiste, pues, esa belleza presente en los cuerpos? He aquí el primer punto que hay que examinar.

¿Qué es, pues, lo que concita las miradas de los espectadores y las vuelve hacia sí, las atrae y les hace disfrutar del espectáculo? Averiguado esto, bien puede ser que, «sirviéndonos de ello como de escala», podamos contemplar aun las bellezas restantes. Pues bien, todos o poco menos que todos afirman que es la proporción de unas partes con otras y con el conjunto, a una con el buen colorido añadido a ella, la que constituye la belleza visible, y que para las cosas visibles, como para todas las demás en general, el ser bellas consiste en estar bien proporcionadas y medidas.

Según esta teoría, nada que sea simple, sino forzosamente sólo lo compuesto, será bello. Además, según esta teoría, será bello el conjunto, mientras que las partes individuales no estarán dotadas de belleza por sí mismas, pero contribuirán a que el conjunto sea bello. Y, sin embargo, si el conjunto es bello, también las partes deben ser bellas, pues cierto es que la belleza no debe constar de partes feas, sino que debe haber tomado posesión de todas ellas. Además, según esta teoría, los colores bellos, al igual que la luz del sol, siendo simples, no tomando su belleza de la proporción, quedarán excluidos de ser bellos. Y el oro, ¿cómo podrá ser bello? Y el relámpago o los astros, de noche, ¿serán dignos de verse por ser bellos? Y con los sonidos ocurre lo mismo: el sonido simple habrá desaparecido, a pesar de que muchas veces cada sonido de los que hay en un conjunto bello es bello aun por sí mismo. Y en los casos en que, aun manteniéndose la misma proporción, un mismo rostro aparezca unas veces bello y otras no, ¿cómo no habrá que admitir que la belleza es otra cosa por encima de la proporción y que la proporción es bella por otra cosa? Y si, pasando a las ocupaciones y a los razonamientos bellos, atribuyeran a la proporción la causa de la belleza aun en estas cosas, ¿qué proporción cabría aducir en ocupaciones, leyes, enseñanzas o ciencias bellas? ¿Cómo puede haber proporción entre teorema y teorema? Si es porque armonizan, también habrá concordancia y armonía entre malos teoremas. Efectivamente, la tesis de que «la justicia es una auténtica simpleza» armoniza y consuena con la de que «la morigeración es bobería», y concuerda la una con la otra. Pues bien, todas las virtudes son bellezas del alma y bellezas más verdaderas que las anteriores; pero properdonadas, ¿cómo pueden serlo? No son proporcionadas ni al modo de las magnitudes ni al modo del número, aunque haya varias partes en el alma. Porque ¿cuál sería la fórmula para la composición o la combinación de esas partes o de esos teoremas? ¿Y en qué consistiría la belleza de la Inteligencia, si la Inteligencia está a solas?.

Bréhier

1. Le beau se trouve surtout dans la vue ; il est aussi dans l’ouïe, dans la combinaison des paroles et la musique de tout genre ; car les mélodies et les rythmes sont beaux ; il y a aussi, en montant de la sensation vers un domaine supérieur, des occupations, des actions et des manières d’être qui sont belles ; il y a la beauté des sciences et des vertus. Y-a-t-il une beauté antérieure à celle-là ? C’est la discussion qui le montrera. Qu’est-ce donc qui fait que la vue se représente la beauté dans le corps, et que l’ouïe se prête à la beauté dans les sons ? Pourquoi tout ce qui se rattache immédiatement à l’âme est-il beau ? Est-ce d’une seule et même beauté que toutes les choses belles sont belles, ou bien y-a-t-il une beauté différente dans les corps et dans les autres êtres ? Et que sont ces beautés ou bien qu’est cette beauté ? Certains êtres, comme les corps, sont beaux en eux-mêmes, comme la vertu. Car il est manifeste que les mêmes corps sont tantôt beaux, tantôt sans beauté, comme si l’être du corps était différent de l’être de la beauté. Qu’est cette beauté présente dans les corps ? C’est là la première chose à rechercher. Qu’est ce donc qui tourne et attire les regards des spectateurs, et leur fait éprouver la joie dans la contemplation ? Si nous découvrons cette beauté de corps, peut-être pourrions-nous nous en servir comme d’un échelon pour contempler les autres beautés. Tout le monde, pour ainsi dire, affirme que la beauté visible est une symétrie des parties les unes par rapport aux autres et par rapport à l’ensemble ; à cette symétrie s’ajoutent de belles teintes ; la beauté dans les êtres comme d’ailleurs dans tout le reste, c’est leur symétrie et leur mesure ; l’être beau ne sera pas un être simple, mais seulement et nécessairement un être composé ; de plus le tout de cet être sera beau ; et ses parties ne seront pas belles chacun par elle-même, mais en se combinant pour que leur ensemble soit beau. Pourtant, si l’ensemble est beau, il faut bien que ses parties soient belles, elles aussi ; certainement, une belle chose n’est pas faite de parties laides, et tout ce qu’elle contient est beau. De plus des couleurs qui sont belles, comme la lumière solaire, seront, dans cette opinion, en dehors de la beauté, puisqu’elles sont simples et ne tirent pas leur beauté de la symétrie des parties. Et l’or, comment est-il beau ? Et l’éclair que l’on voit dans la nuit, qui fait qu’il est beau ? Il en est de même des sons ; la beauté d’un son simple s’évanouira ; et pourtant bien souvent, chacun des sons qui font partie d’un bel ensemble est beau à lui seul. Et lorsqu’on voit le même visage, avec des proportions qui restent identiques, tantôt beau et tantôt laid, comment ne pas dire que la beauté qui est dans ces proportions est autre chose qu’elles, et que c’est par autre chose que le visage bien proportionné est beau ? Et si, passant aux belles occupations et aux beaux discours, on veut voir encore dans la symétrie la cause de cette beauté, que vient-on parler de symétrie dans de belles occupations, dans des lois, dans les connaissances ou dans les sciences ? Les théorèmes sont symétriques les uns aux autres : qu’est-ce que cela veut dire ? Qu’ils s’accordent ? Mais il y a aussi bien accord et concordance entre les opinions du méchant. Cette opinion : la tempérance est une sottise, est d’accord avec celle-ci : la justice est une naïveté généreuse ; il y a de l’une à l’autre une correspondance et une concordance. Donc voici la vertu qui est une beauté de l’âme et bien plus réellement une beauté que celles dont nous parlions : en quel sens y aurait-il des parties symétriques ? Il n’y a pas de partie symétriques, à la manière dont les grandeurs ou les nombres sont symétriques, quelque vrai qu’il soit que l’âme contient une multiplicité de parties. Car dans quel rapport se font la combinaison ou le mélange des parties de l’âme et des théorèmes scientifiques ? Et l’intelligence, qui est isolée, en quoi consistera sa beauté ?

Guthrie

REVIEW OF BEAUTY OF DAILY LIFE.

1. Beauty chiefly affects the sense of sight. Still, the ear perceives it also, both in the harmony of words, and in the different kinds of music; for songs and verses are equally beautiful. On rising from the domain of the senses to a superior region, we also discover beauty in occupations, actions, habits, sciences and virtues. Whether there exists a type of beauty still higher, will have to be ascertained by discussion.

PROBLEMS CONCERNING HIGHER BEAUTY

What is the cause that certain bodies seem beautiful, that our ears listen with pleasure to rhythms judged beautiful, and that we love the purely moral beauties ? Does the beauty of all these objects derive from some unique, immutable principle, or will we recognize some one principle of beauty for the body, and some other for something else ? What then are these principles, if there are several ? Or which is this principle, if there is but one?

WHAT IS THE PRINCIPLE BY PARTICIPATION IN WHICH THE BODY IS BEAUTIFUL?

First, there are certain objects, such as bodies, whose beauty exists only by participation, instead of being inherent in the very essence of the subject. Such are beautiful in themselves, as is, for example, virtue. In deed, the same bodies seem beautiful at one time, while at another they lack beauty; consequently, there is a great difference between being a body and being beautiful. What then is the principle whose presence in a body produces beauty therein? What is that element in the bodies which moves the spectator, and which attracts, fixes and charms his glances? This is the first problem to solve; for, on finding this principle, we shall use it as a means to resolve other questions.

POLEMIC AGAINST SYMMETRY, THE STOIC DEFINITION OF BEAUTY.

(The Stoics), like almost everybody, insist that visual beauty consists in the proportion of the parts relatively to each other and to the whole, joined to the grace of colors. If then, as in this case, the beauty of bodies in general consists in the symmetry and just proportion of their parts, beauty could not consist of anything simple, and necessarily could not appear in anything but what was compound. Only the totality will be beautiful; the parts by themselves will possess no beauty; they will be beautiful only by their relation with the totality. Nevertheless, if the totality is beautiful, it would seem also necessary that the parts be beautiful; for indeed beauty could never result from the assemblage of ugly things. Beauty must therefore be spread among all the parts. According to the same doctrine, the colors which, like sunlight, are beautiful, are beautiful but simple, and those whose beauty is not derived from proportion, will also be excluded from the domain of beauty. According to this hypothesis, how will gold be beautiful? The brilliant lightning in the night, even the stars, would not be beautiful to con template. In the sphere of sounds, also, it would be necessary to insist that what is simple possesses no beauty. Still, in a beautiful harmony, every sound, even when isolated, is beautiful. While preserving the same proportions, the same countenance seems at one time beautiful, and at another ugly. Evidently, there is but one conclusion: namely, that proportion is not beauty itself, but that it derives its beauty from some superior principle. (This will appear more clearly from further examples). Let us examine occupations and utterances. If also their beauty depended on pro portion, what would be the function of proportion when considering occupations, laws, studies and sciences? Relations of proportion could not obtain in scientific speculations; no, nor even in the mutual agreement of these speculations. On the other hand, even bad things may show a certain mutual agreement and harmony; as, for instance, were we to assert that wisdom is softening of the brain, and that justice is a generous folly. Here we have two revoltingly absurd statements, which agree perfectly, and harmonize mutually. Further, every virtue is a soul-beauty far truer than any that we have till now examined; yet it could not admit of proportion, as it involves neither size nor number. Again, granting that the soul is divided into several faculties, who will undertake to decide which combination of these faculties, or of the speculations to which the soul devotes itself, will produce beauty? More over (if beauty is but proportion), what beauty could be predicated of pure intelligence?

MacKenna

1. Beauty addresses itself chiefly to sight; but there is a beauty for the hearing too, as in certain combinations of words and in all kinds of music, for melodies and cadences are beautiful; and minds that lift themselves above the realm of sense to a higher order are aware of beauty in the conduct of life, in actions, in character, in the pursuits of the intellect; and there is the beauty of the virtues. What loftier beauty there may be, yet, our argument will bring to light.

What, then, is it that gives comeliness to material forms and draws the ear to the sweetness perceived in sounds, and what is the secret of the beauty there is in all that derives from Soul?

Is there some One Principle from which all take their grace, or is there a beauty peculiar to the embodied and another for the bodiless? Finally, one or many, what would such a Principle be?

Consider that some things, material shapes for instance, are gracious not by anything inherent but by something communicated, while others are lovely of themselves, as, for example, Virtue.

The same bodies appear sometimes beautiful, sometimes not; so that there is a good deal between being body and being beautiful.

What, then, is this something that shows itself in certain material forms? This is the natural beginning of our enquiry.

What is it that attracts the eyes of those to whom a beautiful object is presented, and calls them, lures them, towards it, and fills them with joy at the sight? If we possess ourselves of this, we have at once a standpoint for the wider survey.

Almost everyone declares that the symmetry of parts towards each other and towards a whole, with, besides, a certain charm of colour, constitutes the beauty recognized by the eye, that in visible things, as indeed in all else, universally, the beautiful thing is essentially symmetrical, patterned.

But think what this means.

Only a compound can be beautiful, never anything devoid of parts; and only a whole; the several parts will have beauty, not in themselves, but only as working together to give a comely total. Yet beauty in an aggregate demands beauty in details; it cannot be constructed out of ugliness; its law must run throughout.

All the loveliness of colour and even the light of the sun, being devoid of parts and so not beautiful by symmetry, must be ruled out of the realm of beauty. And how comes gold to be a beautiful thing? And lightning by night, and the stars, why are these so fair?

In sounds also the simple must be proscribed, though often in a whole noble composition each several tone is delicious in itself.

Again since the one face, constant in symmetry, appears sometimes fair and sometimes not, can we doubt that beauty is something more than symmetry, that symmetry itself owes its beauty to a remoter principle?

Turn to what is attractive in methods of life or in the expression of thought; are we to call in symmetry here? What symmetry is to be found in noble conduct, or excellent laws, in any form of mental pursuit?

What symmetry can there be in points of abstract thought?

The symmetry of being accordant with each other? But there may be accordance or entire identity where there is nothing but ugliness: the proposition that honesty is merely a generous artlessness chimes in the most perfect harmony with the proposition that morality means weakness of will; the accordance is complete.

Then again, all the virtues are a beauty of the soul, a beauty authentic beyond any of these others; but how does symmetry enter here? The soul, it is true, is not a simple unity, but still its virtue cannot have the symmetry of size or of number: what standard of measurement could preside over the compromise or the coalescence of the soul’s faculties or purposes?

Finally, how by this theory would there be beauty in the Intellectual-Principle, essentially the solitary?

Taylor

I. Beauty 7, for the most part, consists in objects of sight: but it is also received through the ears, by the skilful composition of words, and consonant proportions of sounds; for in every species of harmony, beauty is to be found. And if we rise from sense into the regions of soul, we shall there perceive studies and offices, actions and habits, sciences and virtues, invested with a much larger portion of beauty. But whether there is, above these, a still higher beauty, will appear as we advance in its investigation. What is it then, which causes bodies to appear fair to the sight, sounds beautiful to the ear, and science and virtue lovely to the mind? May we not enquire after what manner they all partake of beauty? Whether beauty is one and the same in all? Or, whether the beauty of bodies is one kind, and the beauty of souls of another? And again, what these are, if they are two? Or, what beauty is, if perfectly simple, and one? For some things, as bodies, are doubtless beautiful, not from the nature of the subjects in which they reside, but rather by some kind of participation: but others again appear to be essentially beautiful, or beauties themselves; and such is the nature of virtue. For, with respect to the same bodies, they appear beautiful to one person, and the reverse of beauty to another; as if the essence of body were a thing different from the essence of beauty. In the first place, then, what is that, which, by its presence, causes the beauty of bodies? Let us reflect, what most powerfully attracts the eyes of beholders, and seizes the spectator with rapturous delight: for if we can find what this is, we may perhaps use it as a ladder, enabling us to ascend into the region of beauty, and survey its immeasurable extent.

It is the general opinion, that a certain commensuration of parts to each other, and to the whole, with the addition of colour, generates that beauty which is the object of sight; and that in the commensurate and the moderate alone, the beauty of every thing consists. But from such an opinion, the compound only, and not the simple, can be beautiful; the single parts will have no peculiar beauty; and will only merit that appellation, by conferring to the beauty of the whole. But it is surely necessary, that a lovely whole, should consist of beautiful parts; for the fair can never rise out of the deformed. But from such a definition, it follows, that beautiful colours, and the light of the sun, since they are simple, and do not receive their beauty from commensuration, must be excluded the regions of beauty. Besides, how, from such an hypothesis, can gold be beautiful? Or the glittering of night, and the glorious spectacle of the stars? In like manner the most simple musical sounds, will be foreign from beauty; though, in a song wholly beautiful, every note must be beautiful, as necessary to the being of the whole. Again, since the same proportion remaining, the same face is to one person beautiful, and to another the reverse, is it not necessary, to call the beauty of the commensurate one kind of beauty, and the commensuration another kind; and that the commensurate is fair, by means of something else? But, if transferring themselves to beautiful studies, and fair discourses, they shall assign as the cause of beauty in these, the proportion of measure; what is that which, in beautiful sciences, laws, or disciplines, is called commensurate proportion? Or, in what manner can speculations themselves be called mutually commensurate? If it be said, because of the inherent concord; we reply, that there is a certain concord and content in evil souls, a conformity of sentiment, in believing (as it is said) that temperance is folly, and justice generous ignorance. It appears, therefore, that the beauty of the soul is every virtue; and this species of the beautiful possesses far greater reality than any of the superior we have mentioned. But, after what manner in this, is commensuration to be found? For it is neither like the symmetry in magnitude, or in numbers. And since the parts of the soul are many, in what proportion and synthesis, in what temperament of parts, or concord of speculations, does beauty consist? Lastly, of what kind is the beauty of intellect itself, abstracted from every corporeal concern, and intimately conversing with itself alone?

  1. Cf. Platão, Hípias Maior 297 e-298 b, e Banquete 210 c.[]
  2. Platão, Banquete 211 c 3.[]
  3. Cf. Stoicorum Veterum Fragmenta, Dl. 278 e 472.[]
  4. Cf. Platão, Banquete 210 c 3-7, e 211 c 6.[]
  5. Cf. Platão, República 560 d 2-3, e 348 c 11-12; Górgias 491 e 2.[]
  6. Isto significa que o intelecto é uma realidade subsistente e separada da alma, sendo indiviso e uno.[]
  7. It is necessary to inform the Platonic reader, that the Beautiful, in the present discourse, is considered according to its most general acceptation, as the same with the Good: though, according to a more accurate distinction, as Plotinus himself informs us, the Good is considered as the fountain and principle of the Beautiful. I think it likewise proper to observe, that as I have endeavoured, by my paraphrase, to render as much as possible the obscure parts evident, and to expand those sentences which are so very much contracted in the original, I shall be sparing of notes; for my design is not to accommodate the sublimest truths to the meanest understandings (as this would be a contemptible and useless prostitution), but to render them perspicuous to truly liberal philosophic minds. My reasons for adopting this mode of paraphrase, may be seen in the preface to my translation of The Hymns of Orpheus.[]