espírito

BRISSON & PRADEAU, 2002 (BPT1-6) p.134
“Misturar” e “penetrar” são dois termos religados ao “sopro”. O sopro é constituído por uma mistura completa ou “total” de ar e de fogo, e ele se mistura aos elementos inertes que são a terra e a água. Ele penetra todas as coisas. O sopro é o veículo de deus, princípio ativo ou logos; sua eficacidade requer que ele penetre todas as coisas. Esta teoria parece ser desenvolvida em referência e em oposição àquela de Aristóteles (Da Geração e da Corrupção, I,10). Como ele, os estoicos distinguem entre a “justaposição”, quando os constituintes não se encontram em contato com suas superfícies, e a “mistura”, quando os constituintes perdem suas qualidades próprias e dão nascimento a um composto que difere de cada um dentre eles.


BRISSON & PRADEAU, 2002 p.134
Pode-se conceber o fogo enquanto logos que se identifica ao deus como um sopro ígneo, o pneuma presente por toda parte. Em todas as partes do mundo penetradas por este pneuma e informadas por ele, o fogo que é quente se encontra associado à expansão, e o ar que é frio se vê caracterizado pela contração. Esta oscilação, que anima todos os corpos e que garante sua coesão, chama-se “tensão” (tonos), uma tensão que se diversifica seguindo as regiões do universo: ela toma o nome de “constituição”, de “sustentação”ou de “manutenção”(hexis) nos sólidos inanimados, de “crescimento” (physis) nos vegetais e da “alma” (psyche) nos viventes. Mas, em todos os casos, sua função é de unificar todos os corpos, aí compreendido e sobretudo aquele do universo (Tratado-5).