Plotin Traités 7-21. Dir. Trad. Luc Brisson e Jean-François Pradeau. GF-Flammarion, 2003.
É notável que a maior parte dos capítulos desta miscelânea que forma este tratado, retomam dificuldades já encontradas, resumem ou perseguem definições ou reflexões que tinham encontrado um primeiro desenvolvimento em um tratado anterior; como se Plotino escolhesse enfrentar nestas notas dificuldades persistentes, e se propusesse então a precisar seu argumento, até resumi-lo. A este respeito, o exemplo oferecido pelo exame do caráter «indeterminado» (aoristos) da Alma como do Intelecto, que aqui evocam conjuntamente os capítulos 3 e 5, é particularmente sugestivo. Plotino tinha sustentado, que o produto do Uno que é o Intelecto é indeterminado, no «momento» que se volta para o Uno de onde saiu. A favor desta conversão, deste retorno, o Intelecto recebe uma determinação que não tem de pronto. Da mesma maneira, Plotino igualmente designa a Alma como uma certa indeterminação que recebe do Intelecto a determinação que faz dela precisamente, uma Alma. Esta hipótese de uma indeterminação no seio mesmo do inteligível é desfiadora, e ela ocupará vários dos desenvolvimentos plotinianos ulteriores; mas é uma questão que arrisca ser mal colocada se não se dissipa o equívoco associado à significação do termo indeterminado (aoristos). Compreende-se mal com efeito que a característica do Intelecto como da alma possa ser esta indeterminação que tinha no entanto dito que não convém ao isto que é, e sobretudo, afirmava por sua parte que era antes de tudo o próprio da matéria (Enéada II, 4, 10). Assim é necessário precisar em que a alma é indeterminada ou indefinida. E é precisamente a que se propõe aqui os Enéada II, 9, 3 e alma humana, que é uma multiplicidade, deve se unificar em se identificando a seu intelecto, do mesmo modo como a ciência permanece una enquanto é uma multiplicidade de teoremas.
Capítulo 3: A Alma total permanece no inteligível quando as almas particulares, que dela provieram, são suscetíveis seja de descer na matéria, seja de permanecer no inteligível, seja de ocupar uma situação intermediária.
Capítulo 4: A relação do Uno ao múltiplo pode ser pensada em termos espaciais: o Uno é ao mesmo tempo em todo lugar e nenhum lugar.
Capítulo 5: A alma é análoga à vista e à matéria: indeterminada antes de ver o Intelecto, ela se determina o vendo.
Capítulo 6: O pensamento de si permite de descobrir a realidade de um pensamento superior.
Capítulo 7: O primeiro princípio está além do movimento e do repouso que dele provêm.
Capítulo 8: Sobre o ato e a potência
Capítulo 9: O primeiro princípio não pensa, do mesmo modo que não tem consciência dele mesmo ou que não vive: aí estão as características do Intelecto.