1. (No princípio) todas as coisas eram juntas, infinitas em número e infinitas em pequenez. Pois também a pequenez era infinita. E enquanto as coisas juntas permaneciam, nenhuma era claramente reconhecível, de diminuta que era. Pois o ar e o éter, os mais poderosos (mégista) constituintes do todo, quer em número, quer em extensão. (Eudoro de Sousa)
1 – Todas as coisas estavam juntas, ilimitadas em número e pequenez; pois o pequeno era ilimitado. E enquanto todas as coisas estavam juntas, nenhuma delas podia ser reconhecida devido a sua pequenez. Pois o ar e o éter prevaleciam sobre todas as coisas, ambos ilimitados. Pois, no conjunto de todas as coisas, estas são as maiores, tanto em quantidade como em grandeza. (Gerd Bornheim)
Juntas estaban todas las cosas, infinitas en número y pequenez: ya que también lo pequeño era infinito. Y mientras todas estaban juntas, nada era visible a causa de su pequenez; pues el aire y el éter las tenían sujetas a todas, siendo ambos infinitos; puesto que éstos son los máximos ingredientes en la mezcla de todas las cosas, tanto en número como en tamaño. (Kirk & Raven)
TODAS AS coisas1 eram, infinitas2 em quantidade e em pequenez; pois o pequeno era infinito. E, sendo todas junto, nenhuma era visível por pequenez. Ar e éter ocupavam todas, sendo ambos infinitos, pois estes são os maiores no conjunto de todas, em quantidade e grandeza. (Trad. de Maria C. M. Cavalcante)
Sempre que, nos fragmentos de Anaxágoras, o termo “coisas” não está entre parênteses, ele corresponde ao grego khrémaia, propriamente (coisas) disponíveis, utilizáveis (do verbo khráomai = utilizar, ter à mão). ↩
No grego ápeira, propriamente sem limites (do privativo a- e o tema péras = limite). Notar que esse mesmo tema aparece em peira = experiência, do qual se formou também o composto homônimo aparos, inexperiente. ↩