Anaxágoras nasceu, provavelmente, no ano 500 a.C. Natural de Clazomena, transferiu-se aos vinte anos para Atenas, cidade da qual foi banido alguns anos antes de sua morte, ocorrida em Lâmpsaco, no ano de 428 a C. As razões de seu exílio devem-se à acusação de impiedade para com os deuses; teria fugido com o auxílio de Péricles, seu protetor e discípulo. Escreveu um livro, e o seu desprendimento do mundo e sua concentração em problemas astronômicos tornaram-no famoso. A tradição que afirma ter sido ele discípulo de Anaxímenes é evidentemente falsa, embora tenha sofrido forte influência deste filósofo. Seu mestre foi o pitagórico Hermótimos.
Contra os que afirmavam a impossibilidade de pensar o múltiplo, Anaxágoras faz da multiplicidade o objeto privilegiado de seu pensamento, embora o ilimitado que caracteriza o múltiplo não possa ser representado (frag. 7). Anaxágoras procura explicar a natureza do múltiplo, dizendo que em cada coisa há uma porção de cada coisa (frag. 11). Exceção é o Espírito, que é ilimitado e autônomo; ao contrário das coisas, não é misturado com nada (frag. 12). (Excertos de Gerd Bornheim, “Os Filósofos Pré-Socráticos”)