andreía (he): coragem. Latim: fortitudo.
Feminino substantivado do adjetivo andreios: masculino, viril, derivado de anér (gen. andrós): o homem masculino. Andreía é, em primeiro lugar, a coragem do guerreiro, bravura, valentia. Tornou-se depois virtude interior de força para o bem.
A maioria dos moralistas gregos pôs a coragem entre as principais virtudes, considerando que o bem não é fácil de fazer, exigindo da parte de um indivíduo de qualquer sexo esforço de aquisição e esforço de resistência ao mal. v. arete.
Platão, ao mesmo tempo que admite a coragem entre as principais virtudes (Protágoras, 329c-e, 361b; Fédon, 67b, 68b-e), atribui-lhe um papel muito preciso, que é o do sentido inicial: é a virtude dos guardiães da Polis; no entanto, ele a situa numa hierarquia das virtudes, entre a sabedoria acima e a temperança abaixo, dando-lhe como função própria do indivíduo regular o coração: thymós, sede do sentimento da cólera (Rep., IV, 430b-c, 442b-c).
Aristóteles insere a coragem no quadro das virtudes, mostrando que ela é o meio-termo justo entre o medo e a temeridade (Et. Nic, II,VII, 2), e distinguindo seis espécies de coragem (Ét. Nic., III.VI-IX; Ét. Eud., III, I; Ét. Mag., I, XX). Zenão de Cicio, imitando Platão, põe a coragem entre quatro virtudes principais (Plutarco, Contradições dos estoicos, VII), no que é imitado pelos outros estoicos (D.L.,VII, 92). (Gobry)
Do grego andreia, virtude consistindo, segundo Platão, na força da alma face aos perigos exteriores e a paciência nas provações. A coragem é a segunda das quatro virtudes cardeais (sabedoria, coragem, temperança e justiça) cuja posse define a perfeição moral. Na análise platônica, estas virtudes, postas como condição da ciência moral, são pensadas como conceitos dos quais se trata de estabelecer a universalidade por via indutiva (Laches 190d-193d; Protagoras 358b-359e). (Notions philosophiques)