Peter Kingsley (2003, p. 35) explica que para os gregos Apolo é o deus do extremo norte e distante nordeste. E Apolo acontece também ser o deus, o modelo divino, dos Iatromantis — dos curandeiros-profetas andarilhos que eram conhecidos por cobrir imensas distâncias a pé mas também por viajar a outros mundos enquanto ainda em seus corpos permaneciam em plena quietude.
“Tomado por Apolo” era uma das expressões mais simples usadas pelos gregos para se referir ao estado deste poetas e viajantes de mundos que as pessoas ordinárias tremiam só de pensar, quanto mais de arriscar ir. E especialmente na Anatólia, onde o mundo grego encontra-se com o Oriente, Apolo era famoso por inspirar estranhas palavras hipnóticas aos seus profetas que pareciam assim como poesia mas eram muito diferentes da poesia usual — e que poucos podiam entender.
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Segundo Kingsley (2003, p. 39), em escavações feitas na cidade natal de Parmênides, Velia, na década de 1950, foi encontrada uma inscrição com três palavras, Ouliades, Iatromantis e Apollon. Ouliades era um nome dado a certas pessoas na Grácia antiga. Vem da palavra Oulios que é usada como título formal reservado ao deus Apolo. Apollon Oulios significa “Apolo o destruidor”, forma ambígua de como ele também é conhecido, “Apolo o curador”, “Apolo o que faz inteiro”. Ouliades literalmente significa aquele que é um filho de Apolo o curador, o deus que destrói mas também faz inteiro.