bios

Thomas Taylor, o renomado platonista do século XIX, fez um breve estudo sobre o sentido filosófico do termo bios em Platão. Começando por uma citação de Proclo, assim se define bios na antiguidade grega: “A vida significada pela palavra bios é mais adaptada à alma. Pois se a qualquer tempo esta palavra é usada em falando do intelecto, como no Filebo (Platão), ela significa a peculiaridade da vida. Pois bios manifesta estas duas coisas, ou seja, a forma peculiar de cada vida, e a evolução da escolha da qual ela tem sua progressão. Portanto, é propriamente afirmado de almas: pois nestas há uma evolução [de escolha]. (Proclo, Comentário ao Timeu)

O que aqui é dito por Proclo, que bios significa uma evolução da escolha, é confirmado pela segunda passagem do Livro X da República: “O discurso da virgem Lachesis, a filha da Necessidade: “Almas de um dia! O início de outro período de homens de raça mortal. O daimon não deve recebe-vos como seu lote, mas deves escolher o daimon. O primeiro, que seja primeiro a escolher uma vida (bios), à qual deve necessariamente aderir. A virtude é independente, a qual cada um deve partilhar mais ou menos, na medida que a honra ou a desonra: a causa está nele que faz a escolha, e Deus é sem culpa”. A evolução das vidas que seguem este discurso, é portanto, evidentemente, a evolução de uma escolha. E a palavra bios perpetuamente ocorre em tudo que é dito por Platão sobre as vidas diferentes da alma humana. (Taylor, 1819)