Categoria: Sofista
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Sof 226a-229d: O Sofista é o que purifica a alma?
Estrangeiro – Como vês, é muito acertado dizer-se que se trata de um animal de múltiplas facetas. Daí, confirmar-se o dito, de que nem tudo se pode pegar só com uma das mãos. Teeteto – Pois empreguemos duas. Estrangeiro – Sim, é o que precisaremos fazer, empenhando nisso todos os nossos recursos, a fim de…
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Sof 231c-233a: Recapitulação para retomar a investigação
Estrangeiro – Inicialmente, aproveitemos esta pausa para tomar fôlego, e enquanto descansamos, cá entre nós façamos a conta das formas sob que o sofista já nos apareceu. Se mal não me lembro, de início achamos que ele era um caçador que sabia cobrar seus serviços para pegar moços ricos. Teeteto – Isso mesmo. Estrangeiro –…
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Sof 249d-264b: A natureza do Ser
Estrangeiro – E então? Não te parece que com essa definição já abarcamos muito bem o ser? Teeteto – Perfeitamente. Estrangeiro – Que pena, Teeteto! Pelo que vejo chegou a hora de termos de reconhecer quanto é ingrato nosso empreendimento. Teeteto – Como! Que queres dizer com? Estrangeiro – Pois meu bem-aventurado amigo não percebes…
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Sof 263d-264b: O Não-ser no juízo e na imaginação
Estrangeiro – Mas como! Pensamento, opinião e imaginação: não é evidente, de início, que todos esses gêneros ocorrem em nossa alma como verdadeiros e como falsos? Teeteto – De que jeito? Estrangeiro – É o que perceberás facilmente, logo que determinares o que todos eles são e em uns que diferem uns dos outros. Teeteto…
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Sof 229d-231c: Esta obra não é do filósofo socrático?
Estrangeiro – Quer parecer-me que neste ponto ela é divisível. Teeteto – Onde? Estrangeiro – No ensino pelo discurso, ao que parece, há um trecho mais áspero e outro mais liso. Teeteto – E que qualificativo Ihes daremos? Estrangeiro – Um deles é o método vetusto e venerável que nossos pais geralmente seguiam na educação…
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Sof 233a-236d: O problema da imitação e da ilusão
Estrangeiro – Pergunto se é possível conhecer-se tudo. Teeteto – Se fosse assim, Estrangeiro, a raça humana seria composta só de eleitos. Estrangeiro – De que maneira, então, num debate com algum indivíduo atilado poderá o ignorante dizer algo sadio? Teeteto – Não é possível Estrangeiro – E qual será o segredo dessa habilidade sofística?…
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Sof 251a-251c: Relações do Uno ao Múltiplo
Estrangeiro – Agora digamos por que razão empregamos nomes diferentes para designar a mesma coisa. Teeteto – Em que casos? Cita um exemplo. Estrangeiro – Aplicamos ao homem as mais variadas denominações, como atribuir-lhe cor, forma, estatura, vícios e virtudes, e com todas essas conotações, e mais dez mil diferentes, não dizemos apenas que se…
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Sof 241b-242b: Necessidade de criticar a negação do Não-ser
Estrangeiro – Bem lembrado. Porém passemos a considerar o que será preciso fazer com o sofista. Se insistirmos em procurá-lo na classe dos falsos obreiros e charlatães, bem vês como as dificuldades e as objeções nos surgem aos montes. Teeteto – Sem dúvida; em grande quantidade, mesmo. Estrangeiro – E note-se que só nos ocupamos…
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Sof 239b-241b: O Não-ser e o Sofista
Estrangeiro – Sendo assim, como acreditar no que eu falo? Pois tanto agora como antes, redondamente na tentativa de refutar o não-ser. Vamos procuremo-lo agora em ti. Teeteto – Que queres dizer com isso? Estrangeiro – Prossigamos! Com a galhardia própria dos moços, esforça-te ao máximo, e sem atribuir ao não-ser nem existência nem unidade…
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Sof 251c-253c: Três teses
Estrangeiro – Para que nossa investigação abranja todos os que já trataram do ser, não importando a época, fique desde já assentado que o que vamos expor sob a forma de perguntas se dirige tanto a eles como aos que agora mesmo conversaram conosco. Teeteto – Que perguntas serão? Estrangeiro – Recusemo-nos a emprestar existência…