Categoria: Sofista
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Sof 258b-259b: O desprezo de Parmênides
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in SofistaEstrangeiro – Não percebeste que com nossa rebeldia ultrapassamos de muito a proibição de Parmênides? Teeteto – Como assim? Estrangeiro – Violamos o limite por ele interditado, e em nossa investigação lhe mostramos mais coisas do que o que ele próprio admitira. Teeteto – De que jeito? Estrangeiro – Algures ele diz: Nunca possível ser-te-á…
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Sof 260b-263d: Lugar do Não-ser no juízo e no discurso
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in SofistaEstrangeiro – Se te dispuseres a acompanhar-me, talvez compreendas sem dificuldade. Teeteto – De que jeito? Estrangeiro – O não-ser se nos revelou como um gênero entre os demais, distribuído entre todos os seres. Teeteto – Certo. Estrangeiro – Passemos, então, a considerar se ele se mistura com a opinião e com o discurso. Teeteto…
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Sof 259b-264b: O Não-ser no discurso
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in SofistaEstrangeiro – Quem não acreditar nessas oposições, estude o assunto por conta própria e apresente explicação melhor; e no caso de imaginar que excogitou algo difícil e de encontrar prazer em puxar os argumentos em todos os sentidos, só direi que perdeu tempo com o que nada vale, conforme o demonstrou a presente exposição, pois…
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Sof 261c-262c: Análise do discurso
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in SofistaEstrangeiro – Para, começar, conforme já estatuímos, tomemos o discurso e a opinião, para decidirmos com segurança se o não-ser os atinge, ou se ambos, de todo o jeito, são verdadeiros, não vindo nunca, por conseguinte, a ser falso nem um nem outro. Teeteto – Certo. Estrangeiro – Então, examinemos as palavras, da mesma maneira…
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Sof 264b-268c: Epílogo. O que é o Sofista.
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in SofistaEstrangeiro – Por isso, não desanimemos ante o que ainda nos falta realizar; e já que conseguimos chegar até aqui, voltemos a tratar de nosso processo de divisão. Teeteto – Que divisão? Estrangeiro – Distinguimos duas classes na arte de fazer imagens: a da cópia e a dos simulacros. Teeteto – Certo. Estrangeiro – E…
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Sof 262c-262d: A função do verbo
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in SofistaTeeteto – Que, queres dizer com isso? Estrangeiro – Quando se enuncia: o homem aprende, não dirás que se trata do discurso mais elementar e mais conciso? Teeteto – Sem dúvida. Estrangeiro – É que, a partir desse instante, ele enuncia algo de alguma coisa que é ou se torna ou foi ou será; não…
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Sof 262d-263d: Ligação constitutiva do discurso
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in SofistaEstrangeiro – E assim como entre as coisas umas em parte se combinam e outras não: da mesma forma há sinais vocais que não se combinam; mas os que o fazem dão origem à sentença. Teeteto – Perfeitamente. Estrangeiro – Ainda falta uma coisinha de nada. Teeteto – Que é? Estrangeiro – É que a…
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Sof 263d-264b: O Não-ser no juízo e na imaginação
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in SofistaEstrangeiro – Mas como! Pensamento, opinião e imaginação: não é evidente, de início, que todos esses gêneros ocorrem em nossa alma como verdadeiros e como falsos? Teeteto – De que jeito? Estrangeiro – É o que perceberás facilmente, logo que determinares o que todos eles são e em uns que diferem uns dos outros. Teeteto…
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A questão do ser no Sofista de Platão [Boutot, 1987]
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in SofistaDeve notar-se que a (questão do ser->Seinsfrage), tal como colocada no Sofista, não é uma questão adventícia, mas central para a economia deste Diálogo. Este fato já é indicado pelo subtítulo que a Tradição conservou para este Diálogo: Peri tou ontos, Sobre o Ser. Mas é também isso que uma breve análise do seu conteúdo…
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Jowett: Sophist 242b-249d — Exposição crítica das doutrinas sobre o Ser
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in SofistaStr. And where shall I begin the perilous enterprise ? I think that the road which I must take is — Theaet. Which ? — Let me hear. Str. I think that we had better, first of all, consider the points which at present are regard as self-evident, lest we may have fallen into some…
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Jowett: SOPHIST
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in SofistaSOPHIST Persons of the Dialogue : THEODORUS ; THEAETETUS ; SOCRATES ; An ELEATIC STRANGER, whom Theodorus and Theaetetus bring with them ; The younger SOCRATES, who is a silent auditor. The Sophist, like the Phaedrus, has a double character, and unites two enquiries, which are only in a somewhat forced manner connected with each…
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Sof 218b-218e: Preceito geral; definindo objetos familiares
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in SofistaEstrangeiro – Belas palavras; porém sobre isso tu mesmo resolverás no decorrer de nossa discussão. No momento, o que importa é te associares comigo para darmos início ao nosso estudo, a começar, segundo penso, pelo sofista; investiguemo-lo e mostremos com nossa análise o que ele venha a ser. Por enquanto, eu e tu apenas num…
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Sof 222b-223b: O Sofista faz a caça aos jovens ricos
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in SofistaTeeteto – Que queres dizer com isso? Estrangeiro – A caça dos marchadores compreende duas grandes divisões. Teeteto – Quais são? Estrangeiro – A dos animais domesticados e a dos selvagens. IX – Teeteto – Como! Há também caça aos animais domesticados? Estrangeiro – Sem dúvida, no caso de incluirmos o homem na classe desses…
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Sof 223b-224d: O Sofista vende um saber sobre a alma
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in SofistaEstrangeiro – Consideremos também o seguinte, pois o que procuramos não participa de uma arte simples, senão de múltiplas facetas. De tudo o que expusemos até agora, só nos surgiu um simulacro, como se o sofista não fosse o que acabamos de dizer, mas pertencesse a gênero diferente. Teeteto – Como assim? Estrangeiro – A…
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Sof 224d-224e: O Sofista comerciante
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in SofistaEstrangeiro – O terceiro seria, segundo creio, o de quem se estabelecesse na cidade com o intuito de viver da venda de conhecimentos desses objetos por ele mesmo fabricados ou comprados. Estou que não lhe aplicarias denominação diferente da que empregaste há pouco. Teeteto – :- Sem dúvida. Estrangeiro – Assim, a essa parte da…
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Sof 224e-226a: O Sofista lucra com a disputa
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in SofistaEstrangeiro – Vejamos agora se o gênero por nós procurado não tem alguma semelhança com tudo isso. Teeteto – Semelhança, de que jeito? Estrangeiro – Já vimos que a disposição para a luta constitui uma das condições da arte aquisitiva. Teeteto – Sem dúvida. Estrangeiro – Então, não será fora de propósito dividi-la em duas…
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Sof 226a-229d: O Sofista é o que purifica a alma?
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in SofistaEstrangeiro – Como vês, é muito acertado dizer-se que se trata de um animal de múltiplas facetas. Daí, confirmar-se o dito, de que nem tudo se pode pegar só com uma das mãos. Teeteto – Pois empreguemos duas. Estrangeiro – Sim, é o que precisaremos fazer, empenhando nisso todos os nossos recursos, a fim de…
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Sof 229d-231c: Esta obra não é do filósofo socrático?
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in SofistaEstrangeiro – Quer parecer-me que neste ponto ela é divisível. Teeteto – Onde? Estrangeiro – No ensino pelo discurso, ao que parece, há um trecho mais áspero e outro mais liso. Teeteto – E que qualificativo Ihes daremos? Estrangeiro – Um deles é o método vetusto e venerável que nossos pais geralmente seguiam na educação…
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Sof 241b-242b: Necessidade de criticar a negação do Não-ser
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in SofistaEstrangeiro – Bem lembrado. Porém passemos a considerar o que será preciso fazer com o sofista. Se insistirmos em procurá-lo na classe dos falsos obreiros e charlatães, bem vês como as dificuldades e as objeções nos surgem aos montes. Teeteto – Sem dúvida; em grande quantidade, mesmo. Estrangeiro – E note-se que só nos ocupamos…
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Sof 265e-268c: Produção divina e produção humana
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in SofistaEstrangeiro – Capacidade criadora, se ainda estamos lembrados do que dissemos no começo, é tudo o que for causa de vir a existir o que não existia. Teeteto – Sim, lembro-me. Estrangeiro – Todos os animais mortais, e bem assim as plantas que nascem na terra, de semente ou raiz, e todas as substâncias inanimadas…