Costa: bios

Segundo Alexandre Costa (1999), bios, enquanto vida, parece vincular-se estritamente ao homem. O termo aparece apenas duas vezes nos fragmentos de Heráclito e nessas duas vezes está restrito ao universo humano. Esses dois fragmentos são os de número 62 e 48 e assim soam, respectivamente:

Imortais mortais, mortais imortais, vivendo (zontes) a morte (thanaton) destes, morrendo (tethneotes) a vida (bion) daqueles. (frag. 62)

O nome do arco, vida (bios); sua obra, morte (thanatos). (frag. 48)

Pode-se assim assegurar que bios se relaciona à vida do homem tomada em sua atividade e conduta (donde bio-grafia), correspondendo, portanto, ao homem em sua instância éthica. O acesso para uma compreensão efetiva de bios passa necessariamente pela questão do Logos, vista que a questão do êthos humano perpassa ou é perpassada fundamentalmente pelo fato de o homem ser o único ente que possui um logos particular e que esse logos particular surge da própria relação que o ser humano mantém para com o Logos.

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