Segundo Alexandre Costa (1999), zoe vale para todos os que vivem, para todos os viventes. Tudo o que vive participa de zoe. O termo vale, portanto, para todos os entes sem exceção, o que é facilmente perceptível no conjunto dos fragmentos (2, 20, 26, 30, 62, 63, 77a e 88). Mesmo os deuses vivem uma vida que é zoe, e isto não só em Heráclito, mas também na literatura grega de um modo geral, visto que é absolutamente frequente nos textos gregos sua associação aos deuses.
Zoe é a vida propriamente vivida, a vitalidade em todos os seus sentidos e aspectos: o caráter orgânico, o vigor, o brilho do aparecimento, a pujança do desenvolvimento, o pulsar que anima e dá alma a todas as coisas, a vida doada, o comportamento physico inerente a todos os entes. Zoe desmancha-se com o advento da morte fática; cessa com a concretização da facticidade de thanatos.