dianoia

VIDE Bernard SUZANNE : DIA – δια

diánoia: entendimento

Na linha platônica dianoia é um tipo de cognição entre a doxa e a noesis (Republica 510d-511a; para os objetos especiais da dianoia na linha platônica, ver mathematika). Em Aristóteles é usada como um termo mais geral para a atividade intelectual. Onde é oposta a nous ( = conhecimento intuitivo) significa raciocínio discursivo, silogístico (Aristóteles, Anal. post. II, 100b), e (ibid. I, 89b) é subdividida nas seguintes espécies: episteme, conhecimento procurado por si próprio (ver também theoria), techne (conhecimento aplicado à produção), e phronesis (conhecimento aplicado à conduta). No estoicismo é idêntica a hegemonikon (SVF II, 459).

Para a sua localização no contexto geral da intelecção, ver noesis. [Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters]


diánoia (he): pensamento. Latim: intellectus, cogitatio.

Esse termo tem sentido vago; indica habitualmente um modo de pensamento menos elevado que a nóesis.

Classicamente, a diánoia é o conhecimento discursivo, por raciocínio. Assim, em Platão, ela é o grau inferior da ciência, que recorre a conceitos em vez de contemplar diretamente as Essências (v. dialektiké, psykhé); em Aristóteles, ela é pensamento raciocinante (Met., T, 7, 1012a). Em Plotino, é conhecimento indireto (V, III, 3).

Nos outros filósofos, assume um sentido indefinido. Pitágoras dizia que sempre era preciso pôr Deus diante do pensamento (diánoia) (Jâmblico, Vida de Pitágoras, 175), e que era preciso evitar ser cegado pelo próprio pensamento (diánoia) (Aulo Gélio, Noites áticas, VI, II, 11). Mas um autor de sua escola, Brontino, opõe esse conceito a noûs no próprio título que dá à sua obra: Peri noû kaì dianoías. Epicuro constata que a diánoia limita as pretensões da carne (D.L.,X, 143). Epicteto recomenda trabalhar pela sua melhoria (Leituras, III, XXII, 20); Marco Aurélio é impreciso (III, 6, 8; VII, 68; VIII, 59).

O adjetivo dianoetikós indica, em Aristóteles, uma inteligência intuitiva, própria à virtude do sábio (v. areté), mas em Plotino diz respeito à razão discursiva (V, 2). [Gobry]


dianoetic: This word is derived from dianoia, or that power of the soul which reasons scientifically, deriving the principles of its reasoning from intellect. Plato is so uncommonly accurate in his diction, that this word is very seldom used by him in any other than its primary sense. (Thomas Taylor)

,