2. Há dois caminhos de vida, o contemplativo e o ativo. O principal objeto da vida contemplativa é o conhecimento da verdade, enquanto aquele da vida ativa consiste em fazer aquelas coisas indicadas pela razão. A vida contemplativa detém o lugar de honra; a vida ativa é uma consequência dela e é uma necessidade absoluta. Que assim é deveria se tronar claro do que segue. Contemplação é uma atividade da mente contemplando os inteligíveis. Ação é a atividade da alma racional operando através do corpo. A alma, quando contempla o divino e os pensamentos do divino, é dito experimentar bem-aventurança, e esta experiência é chamada sabedoria, que se poderia dizer é nada mais senão assimilação ao divino. Por conseguinte uma atividade seria merecedora de escolha, honrável, devendo ser muito aspirada e muito apropriada para nós; está em nosso poder livremente possuí-lo, e constitui o fim que é estabelecido diante de nós. Ação, entretanto, e a vida ativa, sendo realizada por meio do corpo, pode ser interferida. Seu desempenho é demandado pelo que vemos na vida contemplativa, exigindo aplicação à conduta humana. O homem sério transformará os negócios públicos onde quer que veja que estejam sendo pobremente administrados por outros. Assim ele considerará o serviço militar, servir como jurado, ou ir em embaixada se as circunstâncias o requererem. Mas ele considera o que tem a ver com o estabelecimento de leis e a constituição da vida civil e a educação de jovens como as melhores atividades na vida prática e a serem preferidas nesta área. Do que foi dito vemos que é adequado ao filósofo nunca desistir da contemplação mas sempre promover e aumentá-la e aproximar-se da vida prática como algo secundário.