Enéada I,1,10 — A dualidade do “Nós”e a purificação

10. Será objetado, que se a Alma constitui o Nós (a personalidade) e Nós estamos sujeitos a estes estados então a Alma deve estar sujeita a eles, e similarmente que o que Nós fazemos deve ser feito pela Alma.

Mas foi observado que a Parelha, também – especialmente antes de nossa emancipação – é um membro deste “Nós” total, e de fato o que o corpo experimenta, dizemos “Nós” experimentamos. Isto então cobre duas noções distintas; algumas vezes inclui a parte-bruta, outras vezes transcende a bruta. O corpo é bruto tocado pela vida; o verdadeiro homem é o outro, indo puro do corpo, nativamente dotado com as virtudes que pertencem a Atividade-Intelectual, virtudes cujo assento é a Alma Separada, a Alma que mesmo em sua morada aqui pode ser mantida aparte. (Esta Alma constitui o ser humano) pois quando ela tiver totalmente se retirado, então outra Alma que é uma radiação (ou emanação) dela se retira também, atraída por ela.

Aquelas virtudes, por outro lado, que não brotam da sabedoria contemplativa mas de hábitos ou disciplina prática pertencem à Parelha: à Parelha, também, pertencem os vícios; eles são suas repugnâncias, desejos, simpatias.

E a Amizade?

Esta emoção pertence algumas vezes a parte inferior, outras vezes ao homem interior.