Enéada IV, 3 – Sobre as dificuldades relativas à alma (1)

Brisson

Plotin Traités 27-29. Dir. Trad. Luc Brisson e Jean-François Pradeau. GF-Flammarion, 2005

Plano detalhado do tratado, segundo Brisson & Pradeau

Capítulo 1, 1-16: Introdução geral: três razões para se interessar pela alma
1. Conhecer os princípios
2. Obedecer à máxima “Conhece-te a ti mesmo” (gnôthi sautón).
3. Conhecer o sujeito conhecedor (hypokeimenon).

Capítulos 1, 16-8. Unidade e multiplicidade da alma: refutação da tese estoica.

Capítulo 1, 16-37: Apresentação dos cinco argumentos em favor da tese segundo a qual nossa alma provém da Alma do Mundo, da qual ela é parte.
Argumento 1: esta tese é compatível com a doutrina estoica
Argumento 2: nossas almas são partes da Alma do Mundo, assim como nossos corpos são partes do Corpo do Mundo
Argumento 3: a influência da rotação do mundo sobre nossas almas indica que elas provêm da Alma do Mundo
Argumento 4: participamos da Alma do Mundo da mesma maneira que as partes de nosso corpo participam de nossa alma
Argumento 5: não há alma fora da Alma do Mundo, que governa tudo o que é inanimado

Capítulo 2-7: Exame, refutação e correção dos cinco argumentos.
Cap 2: Resposta ao argumento 1: ser da mesma espécie não significa ser uma parte, e um incorporal não pode ter partes como tem um corpo
Cap 3-6: Resposta ao argumento 4: a analogia do macrocosmo e do microcosmo, se tratando das relações da alma e do corpo, não é recepcionável senão com o custo de certas precisões
Cap 7, 1-12: Resposta ao argumento 2: o Filebo sustenta bem que o mundo tem uma alma, mas não diz que nossa alma é uma parte do mundo
Cap 7, 12-20: Resposta ao argumento 5: segundo o Fedro, a alma que perdeu suas asas não é a Alma do Mundo
Cap 7, 20-31: Resposta ao argumento 3: nossa alma resiste à influência da revolução do mundo e a alma que anima o embrião vem do exterior
Cap 8: Dificuldades relativas à unidade e à multiplicidade da alma

Capítulo 9-19: A entrada da alma no corpo.
Cap 9, 1-12: As duas maneiras para a alma de entrar em um corpo
Cap 9, 12 a cap 11: A Alma do Mundo
Cap 9, 12-51: A Alma do Mundo cria o Corpo do Mundo para avançar e agir através dele
Cap 10 e 11: Segunda explicação: a Alma do Mundo é a intermediária que faz participar o sensível do inteligível

Cap 12-19: As almas humanas
Cap 12: Sua descida não é total mas cíclica
Cap 13: Sua descida obedece a uma lei
Cap 14: As almas são o ornamento do mundo
Cap 15 a 17: Os diferentes níveis de descida
Cap 18: O uso do raciocínio
Cap 19: Um comentário do Timeu 35a-b

Capítulos 20-24: A alma está no corpo como em um lugar?
Cap 20 a 21: A alma não está no corpo, como em um lugar, nem como um substrato, nem como uma parte em um todo, nem como a forma na matéria, nem mesmo como o piloto em seu navio
Cap 22: A alma está no corpo como a luz está no ar, e é o corpo que está na alma
Cap 23: Como as faculdades da alma se exercem localmente
Cap 24: A saída da alma fora do corpo

Capítulo 25, 17): A memória em sua relação com a união da alma e do corpo.
Cap 25: A memória não pertence ao intelecto
Cap 26: A memória não pertence ao vivente
Cap. 27: A memória pertence à alma
Cap 27 a 31, 16: A memória depende da faculdade representativa e pertence como ela à alma sensitiva
Cap 31, 16 e seguintes: Isto que se lembram as almas
Cap 31, 16 a 32, 27: A sua saída do corpo
(No lugar inteligível)

Lloyd Gerson

This is one of the major works of Plotinus’ ‘middle’ period, divided (rather curiously) by Porphyry, in the middle of a sentence, at 4.3.32. Following, as it does, immediately upon 3.6 (26), ‘On the Impassibility of Things Without Bodies’, and not long after 6.4–5 (22–23), ‘That Being, One and Identical, is Simultaneously Everywhere Whole’, it focuses particularly on the possibility and mode of interaction between an immaterial soul and a material body.

Summary

The treatise consists of a sequence of eight aporiai, or ‘problems’, covering between them all of the outstanding issues relative to the human soul, in particular in its relation to the body, and to the passions and sensations arising from that association, but also its relation to Soul the hypostasis, and to the soul of the universe. It is in fact this last problem with which the treatise opens, and the following problems observe a broadly logical sequence.

After a brief introduction (4.3.1.1–16), the problems are set out as follows. Note that the divisions of the argument do not correspond to the sections of the received text.

1. (4.3.§§1–8): The relation of individual souls to the soul of the cosmos.

2. (4.3.§§9–18): How soul comes to be in body; difference between the soul of the cosmos and other souls in their relations to their bodies.

3. (4.3.§§19–23): The manner of the soul’s embodiment.

4. (4.3.§24–4.4.§17): The soul’s departure from the body. What does it remember, and how? To what level or levels of being is memory properly appropriate?

5. (4.4.§§18–29): The joint activities of body and soul. What is the proper subject of the emotions and ‘raw’ sense-perceptions? An excursus (chs. 22–27) on the question of the presence or otherwise of sense-perception in the souls of the earth and of the heavenly bodies.

6. (4.4.§§30–39): The question of the possible effects on us of the activity of the stars and planets; the basis for the efficacy of prayer and magic.

7. (4.4.§§40–45): The workings of cosmic sympathy; the universe as a living organism.