énnoia: conceito
Segundo a epistemologia estoica (SVF II, 83) o homem nasce com a sua razão semelhante a «um rolo de papiro pronto para nele se escrever» (a primeira aparição da imagem da tabula rasa). Através da sensação várias imagens (phantasia) são apresentadas à razão para sua «apreensão» (katalepsis). Se estas são apreendidas e conservadas, tornam-se, com efeito, conceitos (ennoiai) do espírito. Destes, alguns ocorrem naturalmente, i. e., sem insinuação formal e são chamados «preconceitos» (prolepsis); outros desenvolvem-se através de educação formal. Os ennoiai são meros conceitos; não têm realidade concreta ou extramental (SVF I, 65; D. L. VII, 1), mas servem como critério importante da verdade, ou antes uma classe deles, os «conceitos comuns» (koitiai ennoiai, notiones communes), que são idênticos à prolepsis (SVF II, 473) naturalmente adquirida, embora não inata. Eles abrangem um certo conhecimento dos primeiros princípios da moralidade (SVF III, 619, 218), de Deus (ibid. II, 1009), e do pós-vida (Cícero, Tusc. I, 13, 30-1, 14, 31).
Para a relação entre o conceito e o seu nome, ver onoma. Sobre a possibilidade da Forma platônica poder ser apenas um conceito (noema), ver eidos, noeton; para o seu papel no estoicismo, noesis 16. (Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters)