Sócrates – Então, grava bem essa particularidade, pois não é de somenos importância, quando se trata de julgar o prazer, temos isso em mente ou não termos. E para arrematar o assunto, se estiveres de acordo, mais uma palavrinha a esse respeito.
Protarco – Podes falar.
Sócrates – Como não ignoras, se alguém escolhe a vida sábia, não há o que impeça de viver dessa maneira.
Protarco – Referes-te à vida extreme de prazer e de dor.
Sócrates – Já ficou esclarecido, na comparação dos gêneros de vida, que quem escolhe viver segundo a razão e a sabedoria não sentirá prazer, nem muito nem pouco.
Protarco – Eu fico, realmente.
Sócrates – Seria essa condição de tal pessoa, o que talvez nada teria de estranho, se todos os meios de vida fosse esse o mais divino.
Protarco – A ser assim, os deuses nem sentem prazer nem o seu contrário.
Sócrates – Não, provavelmente. Esse estados não seriam próprios dos deuses. Mas ainda voltaremos considerar esse ponto, se advier daí alguma vantagem para nossa exposição elevarmos essa parte à conta da inteligência, na competição pelo segundo prêmio, no caso de não lhe ser possível alcançar o primeiro.
Protarco – Falaste com muito acerto.