E um conceito universal na antiguidade. “Pitágoras acreditava que existe uma alma contida por inteiro na Natureza, […] da qual nossas próprias almas são fragmentos” (Cícero, De nat. deor., I, 11). E ao governo interno dessa alma que Filolau atribui a eternidade do mundo (Estobeu, Ed., XX, 2). O Pseudo-Timeu, neopitagórico, teria publicado um Tratado da alma do mundo. Em seu materialismo, Diógenes de Apolônia a identifica ao ar (fr. 5). Platão mostra o Demiurgo criando a alma do inundo, que constituiu o céu circular; aliás, ela era anterior ao corpo do mundo e o envolveu, penetrou, introduzindo nele a harmonia (Timeu, 34b-36e).”Ela é invisível, mas, participando do cálculo e da harmonia, é a mais bela das realidades engendradas pelo melhor dos seres inteligíveis” (ibid., 37a). Para os estoicos, o universo racional é regido por uma alma imperecível (D.L.,VII, 156; Marco Aurélio,VI, 14;VIII, 7). Plotino não dedica um tratado a uma realidade tão importante, mas ela está presente em toda a sua obra; ele, aliás, lhe dá diversos nomes: psykhé kósmou (I, II, 1); psykhé hólou (II, II, 2); psykhé pántos (IV, IV, 10, 13); psykhé pâsa (III, IX, 3). Aliás, ele faz dela uma cópia da alma em si (autopsykhé), que tem sede no Espírito (Noûs) (V,IX, 14).