apathés: impassível, insensível. Latim: impatiens.
De páthos, paixão, fato de sofrer; e o prefixo privativo a-: sem paixão.
O termo tem dois sentidos:
– metafísico: impassível = que não pode receber nenhuma afeição.
– moral: insensível = livre das paixões. Esse estado é então a apátheia, impassibilidade, apatia.
Sentido metafísico. Entre os pré-socráticos, “Anaxágoras — escreve Aristóteles — é o único que afirma que o Espírito é impassível” (De an., I, 2; III, 4). O próprio Aristóteles ensina que o intelecto separado (noûs khoristós) é impassível (ibid., III, 5). Plotino escreveu um tratado Da impassibilidade dos incorpóreos (asómata) (III, VI), onde defende a teoria de que a matéria sensível, como substrato dos corpos, é um incorpóreo, pois precede o corpo e faz dele um composto; ela é, portanto, impassível (III,VI, 7). Assim também, a alma do mundo é impassível (II, IX, 18).
Sentido moral. E encontrado especialmente nos estoicos (stoique, em francês, significa impassível). O filósofo torna-se sábio quando se livra das paixões (Epicteto, Leituras, III, XIII, 11; Manual, III, XXIX, 6-7). Plotino considera que os demônios podem sofrer por sua parcela irracional; o sábio alcança a insensibilidade (IV, IV, 43). (Gobry)