Segundo O’Meara, muitos argumentos são levantados por Plotino contra a tese daqueles, principalmente os estoicos, que consideram a alma como um corpo. Esta tese não é propriamente nova com os estoicos. Os argumento em contrário a esta tese já se encontram no Fédon de Platão, no De Anima de Aristóteles, em comentadores de Aristóteles, e no Médio Platonismo. A estratégia em geral seguida por Plotino pode ser assim sumarizada:
– todos os envolvidos no debate concordam que por “alma” eles significam a causa responsável pela vida em certos corpos (incluindo plantas e animais assim como humanos);
– A natureza do corpo não é tal que o torne capaz de agir como tal causa.
Argumentando a partir deste segundo ponto, Plotino tem base para concluir que a alma, assim como ele e seus oponentes a compreendem, não pode ser de natureza corpórea. O segundo ponto é demonstrado tanto com respeito à vida em geral como com respeito várias funções vitais específicas (Eneada-IV, 7, 2).
Mais ainda, O’Meara afirma que segundo Plotino (Eneada-IV, 7, 8), a alma em nada depende do corpo. Plotino critica a posição de qua a alma seria certa ordem harmoniosa de partes corporais. Porém a alma não é a ordem, mas ao invés aquilo que faz faz a ordem. E se a alma é a forma ou estrutura de certa espécie de corpo, como Aristóteles assevera? Então e sobre o pensamento, uma função vivente que Aristóteles não vê como a função de um corpo particular? Plotino sugere que mesmo as funções biológicas inferiores não estão atadas a órgãos corporais particulares como funções deles.
Plotino contradizendo o aristotelismo e o estoicismo, conclui que a alma, como fonte da vida nos corpos, não é um corpo e não depende do corpo para sua existência. isto aponta por sua vez para a imortalidade da alma. A partir desta distinção ente alma e corpo, Plotino avança para uma distinção mais ampla entre realidade inteligível e sensível, ou nas palavras de Platão no Timeu (Tim:28a|28a), entre o que é verdadeiramente e eternamente e o que é sujeito a mudança perpétua.