Segundo O’Meara (1995, p. 18), Plotino remodela o pensamento de Platão, no confronto com as filosofias em curso na sua época, em especial o aristotelismo e o estoicismo. A alma se comporta muito semelhante à força-vital cósmica dos estoicos, que permeia a matéria passiva, dando a ela estrutura, coesão, ordem em todo respeito e detalhe. Além do mais as funções específicas exercidas por sua causa dinâmica corresponde àquelas listadas por Aristóteles. Ao mesmo tempo Plotino se distancia do estoicismo e do aristotelismo.
O corpo em geral, enquanto elementos básicos inanimados ou enquanto composto deles, é caracterizado pela passividade, a incapacidade para auto-organização que os estoicos atribuem a um único aspecto da natureza corpórea. Eis porque a força dinâmica sem a qual o mundo não poderia existir deve, para Plotino, ser incorpórea e independente do corpo. Diferentemente do aristotelismo, Plotino não restringe o reino da alma à coisas orgânicas: a alma, para Plotino, é responsável pela estrutura integral do universo. Nem compreende as diferentes funções exercidas pelas alma como necessariamente existindo somente como as funções dos órgãos corporais correspondentes. A alma pode atuar de diferentes maneiras em relação aos diferentes órgãos do corpo. Mas ela não depende destes órgãos a fim de existir.