pân (tó): tudo, todas as coisas, o Todo. Latim: omnia.

O conjunto das realidades sensíveis, o universo; v. hólon, kósmos.

Gramaticalmente, pân é, em primeiro lugar, um adjetivo indefinido neutro (latim: omne) cujo masculino é pâs. A seguir esse neutro é substantivado para designar uma totalidade.

Esse termo quase não é empregado pelos filósofos. Contudo, é encontrado desde as origens. Arquitas de Tarento teria escrito um tratado Sobre todas as coisas (Peri toû pantós). E encontrado ocasionalmente em Heráclito (fr. 50), Arquelau (D.L., II, 17), Parmênides (ibid.,VIII, 22, 48) e Melisso (ibid., VII, 1). Sócrates, segundo Xenofonte, empregava esse termo no plural (tà pánta) para lembrar essa noção empregada por seus predecessores (Mem., I, I, 11); Platão o evita a tal ponto que ele não figura no douto Léxico platônico de Edouard des Places. No entanto, é encontrado no Timeu (28b, 40b), quando ele apresenta a terra fixada no eixo que atravessa o Todo e se pergunta se há alguma diferença de significado entre o conjunto (tò hólon) e o Todo. Aristóteles o adota em De caelo para designar o universo. Também é o termo usado por Epicuro, em sua carta a Heródoto (DL., X, 39, 41). É Plotino que recorre a ele com mais frequência, embora com parcimônia também, especialmente na primeira Enéada, para opor o Mundo inteligível, que é o Todo verdadeiro, ao mundo visível, que é apenas imagem desse Todo (VI, V, 2). [Gobry]