Passar da potência ao ato

Passar da potência ao ato, ou seja, ao terminus ad quem, é sair da escuridão para a luz, é revelar o que está latente na alma, pois “a alma possui os objetos, mas não em ato, depostos numa região obscura” (En. I, 2, 4, 22-23). “Para aclará-los e saber que os possui em si, é necessária uma luz que ilumine o que está impresso nela; é necessário que conforme o que nela está impresso com a realidade da qual é a impressão” (En. I, 2, 4,21-25). Que luz é esta a iluminar a escuridão? “É a alma que de alguma maneira (hoion) os toca e ilumina com uma luz dela proveniente e os põe diante dos olhos” (En. IV, 6, 3, 16-18). “Dessarte, por assim dizer {tôi hoion), os objetos saem do sono obscuro e se tornam mais claros e passam da potência ao ato” (En. IV, 6, 3, 16). Empregando os termos hoion e tôi hoion, Plotino parece demonstrar uma certa tergiversação naquilo que afirma. [Ullmann]