Como vimos, o horizonte de acontecimento dos entes por natureza (φύσει ὄντα, physei onta) é circunscrito a partir da consideração do princípio (αρχή, arche) da movimentação (κίνησις, kinesis), nas suas mais variadas acepções, como transformação, alteração substancial e qualitativa, quantitativa, como processo de geração e também, por fim, movimento ou deslocação espacial. A origem e o princípio da movimentação (κίνησις) encontram-se implantados (ἔμφυτον, emphyton) nos próprios entes por natureza (φύσει), isto é, eles detêm a tenção tendenciosa para a transformação (ὁρμὴ μεταβολής, horme metaboles) em si mesmos e segundo si mesmos.
CAEIRO, António de Castro. A arete como possibilidade extrema do humano. Fenomenologia da práxis em Platão e Aristóteles. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2002, p. 290