Em um dos pequenos textos separados cujo conjunto forma o Tratado-13 (Eneada-III, 9, 4), Plotino coloca o sempre eterno problema da filosofia grega, aquele do uno e do múltiplo: como o múltiplo sai do uno? Ele responde que o Uno está por toda parte, que não há lugar onde não esteja, que preenche todas as coisas. Ele é ao mesmo tempo por toda parte e em nenhuma parte: se ele fosse somente por toda parte ele seria todas as coisas; mas posto que não está por toda parte todas as coisas são produzidas por ele – posto que é por toda parte –, mas de outro lado elas são outras que ele – porque ele não está em parte alguma. Porque, pergunta ainda Plotino, esta antítese? Ele não está apenas por toda parte, mas além do mais ele não está em parte alguma: é que ele é o Uno antes de todas as coisas. Ele deve preencher tudo e fazer tudo, mas não pode ser o que faz.
Antíteses
- Bréhier: Tratado 13,8 (III, 9, 8) — Ato e Potência
- Bréhier: Tratado 13,9 (III, 9, 9) — O primeiro princípio não pensa
- Crouzel (OP:21) – Uno e Múltiplo
- Enéada III, 9 – Considerações diversas
- Enéada III, 9, 1 — Intelecto vê as ideias no que é vivente
- Enéada III, 9, 2 — A alma humana deve se identificar a seu intelecto
- Enéada III, 9, 3 — A Alma total permanece no inteligível
- Enéada III, 9, 4 — A relação do Uno ao múltiplo
- Enéada III, 9, 5 — A alma é análoga à vista e à matéria
- Enéada III, 9, 6 — Realidade de um pensamento superior