Segundo Gandillac, trata-se de uma terminologia aristotélica deformada em seu uso por Plotino que na Eneada-II-5, distingue “ato” (o que se faz) e “em ato” (o que está feito), “potência” (o que se pode fazer) e “em potência” (puro possível). O que está feito, acabado se revela poder ou potência de fazer, o qual se manifesta sobretudo no nível da Inteligência através da força ativa das Ideias. Ao inverso, totalmente “em potência”, a matéria permanece totalmente “impotente”.
ACT, with the capital, usually translates the difficult word energeia and stands for the Expression of the Identity of any being or for its characteristic function, an expression and function which may, often, be entirely within, the very reverse of any operation upon the outer.
(Stephen MacKenna)
Tratado 25 (II, 5) – Sobre o sentido de “em potência” e “em ato”
Segundo a notícia do Tratado 25 na tradução dirigida por Brisson & Pradeau, este tratado examina as noções de ato e de potência a fim de precisar a aplicação que dela se deve fazer no mundo sensível e no mundo inteligível. Plotino adapta vários elementos de uma doutrina herdada de Aristóteles. O ato e a potência ocupam um lugar determinante em todos os níveis da filosofia aristotélica. Uma das acepções do ser, diz Aristóteles, é o ser em potência e o ser em enteléquia (Metafísica Delta 7, 1017a35-b9). Tudo o que é deve logo necessariamente ter uma certa relação com a potência e o ato.
Plotino usa frequentemente a distinção entre o ato e a potência em seus tratados, noções de peso para sua filosofia. Procura determinar, no Tratado 25 em que medida o ato e a potência impregnam cada destes níveis de realidade que são a matéria, os corpos sensíveis e o inteligível.