Plotino (Enéada I, 1, 1): que é o sujeito de estados e atividades incorporadas

nossa tradução

Prazeres e dores, sentimentos de medo e ousadia, apetites e aversões e sentimentos de angústia – a que pertencem?1 De fato, eles pertencem à alma ou a uma alma que usa um corpo ou a uma terceira coisa que surge de uma combinação destes. E isto pode ser entendido de duas maneiras: como uma mistura ou como algo diferente que surge da mistura. É o mesmo para o que surge destes estados, a saber, ações e crenças. Portanto, devemos investigar o pensamento discursivo e a crença para determinar se eles pertencem àquilo a que os estados pertencem ou se alguns deles são assim e outros não. E também devemos refletir sobre como os atos de intelecção ocorrem e a que pertencem, e de fato qual é a coisa que está considerando a investigação destas questões e fazendo o julgamento. Mas antes disso, devemos perguntar: qual é o sujeito da percepção sensorial? É apropriado começar a partir daí, pois os estados [acima] são ou atos de percepção dos sentidos ou então não ocorrem sem percepção dos sentidos. (Enéada Tratado 53)

Lloyd P. Gerson

Pleasures and pains, feelings of fear and boldness, appetites and aversions and feelings of distress – to what do these belong? In fact, they belong either to the soul or to a soul using a body or to some third thing that arises from a combination of these. And this can be understood in two ways: either as a mixture or as something different that arises from the mixture. It is the same for what arises from these states, namely, actions and beliefs. So, then, we must investigate discursive thinking and belief to determine whether they belong to that to which the states belong or whether some of them are like this and some are not. And we should also reflect on how acts of intellection occur and to what they belong, and indeed what is the thing which is itself considering the investigation of these questions and making the judgement. But before that, we should ask: what is the subject of sense-perception? It is appropriate to begin from there, since the [above] states are either acts of sense-perception or else they do not occur without sense-perception. (GERSON, Lloyd P.. Plotinus. Enneads. Cambridge: Cambridge University Press, 2018, p. 43)


  1. NT: Segundo A. H. Armstrong, este questionamento parte de uma asserção de Aristóteles em De Anima A. 4. 408b 1 seg.