proaíresis: escolha deliberada
Embora deva ter havido uma discussão prévia da escolha moral (ver Aristóteles, Ethica Nichomacos III, 1111b), o primeiro tratamento que chegou até nós é o de Aristóteles (ibid. 1111b-1115a) que a define (1113a) como «um apetite, guiado pela deliberação (bouleusis), para coisas dentro do nosso poder». A escolha é sempre de meios; apenas o desejo (boulesis) se dirige para um fim (ibid. 1111b; ver kinoun 9). Duas coisas devem notar-se acerca da escolha: é precisamente isto que leva as ações (praxeis) humanas ao reino da moralidade, e seguidamente, ao postular este ato voluntário (não é puro voluntarismo; a proairesis é precedida por e baseada no ato intelectual da bouleusis; ver ibid. 1140a), Aristóteles deslocou as discussões da moralidade da área da intelecção (a posição socrática; ver arete, kakon) para a da vontade. Os primeiros estoicos adaptaram a posição intelectualista (arete = episteme; ver SVF. III, 256), mas com Epicteto a proairesis tomou-se uma vez mais central; é a condição da liberdade do homem (Diss. I, 29). Contudo, mesmo aqui há uma forte ênfase intelectualista. A proairesis é precedida pela diairesis, a distinção entre aquilo que está no nosso poder e aquilo que não está (Diss. II, 6, 24; I, 1-3), e a própria proairesis parece-se mais com o juízo do que com a escolha (ibid. III, 9, 1-2). [Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters]