prolepsis

prólepsis: compreensão prévia, antecipação, preconcepção

Na epistemologia epicurista havia um critério supremo de verdade, a sensação (aisthesis; ver também aletheia); mas havia também os critérios subsidiários das emoções (pathe; ver hedone) e uma apreensão mental descrita por Epicuro como prolepsis (D. L. X, 31), e por Lucrécio como notitia (De rerum nat. IV, 476). A prolepsis opera muito à maneira da katalepsis estoica, só que a prolepsis é o resultado de uma repetida apreensão do mesmo tipo de objeto, v. g. os homens, e daí ser um conceito universal, uma espécie de «Homem» composto residual baseado em muitas sensações de «homens». Ela fornece uma espécie, de padrão pelo qual se pode julgar a verdade das apreensões subsequentes. Os estoicos usaram a prolepsis mais ou menos do mesmo modo (por isso tanto para Epicuro como para a Stoa temos uma prolepsis dos deuses; confrontar Cícero, De nat. deor. I, 43-44 e SVF II, 1009 e noesis 15), mas sob o título de «conceitos comuns» (ver ennoia) deram-lhe um desenvolvimento consideravelmente maior. [Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters]


O termo se reporta na Grécia antiga ao conhecimento espontâneo e geral que os estoicos e os epicuristas atribuíam ao homem para que este último possa designar as coisas de um vocábulo universal, enquanto delas só percebe exemplares singulares. [Notions philosophiques]

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