Romantismo

Definir o romantismo é tarefa deveras difícil, havendo até quem diga ser ela impossível. Alguém chegou a calcular terem sido dadas mais de cento e cinquenta definições diferentes desse fenômeno. Mittner recorda que o próprio F. Schlegel, o fundador do círculo dos românticos, escreveu ao seu irmão que não poderia enviar-lhe a sua própria definição da palavra “romântico” porque tinha “125 folhas de extensão”!

Prescindindo dos paradoxos, podemos nos orientar com facilidade na intrincadíssima questão, distinguindo uma série de perspectivas e de categorias capazes de determinar os traços essenciais do fenômeno do romantismo: a) em primeiro lugar, seria bom explicar a gênese etimológica do termo, do ponto de vista filosófico-lexicográfico; b) depois, devem-se determinar os limites cronológicos e geográficos do fenômeno; c) então, será preciso procurar determinar sua categoria psicológica ou moral, como foi chamada, vale dizer, o modo peculiar de sentir e as características psicológicas próprias do homem romântico; d) depois, é mister determinar que conteúdo ou que conteúdos conceituais o romântico faz seus; e) em seguida, cumpre determinar a forma de arte em que tudo isso se expressa; f) por fim, devemos nos perguntar em que sentido se pode falar e se fala de filosofia romântica, o que assume grande importância neste estudo. [Giovanni Reale, História da filosofia: Do romantismo até nossos dias]