No Teeteto 186A-187A, Platão sustenta que a percepção praticamente nada pode fazer sem a ajuda da razão, e o médio platonista, Alcino, elabora esta visão em seu Didaskalikos (c. 4), defendendo que que não não haveria reconhecimento perceptual sem a razão. Assim isto rejeita a visão de Aristóteles que a percepção é inteiramente separada da razão e que os animais podem usar simplesmente a percepção por si mesma, enquanto completamente destituídos de razão. Mas uma qualificação é que a espécie relevante de razão, para Alcino, é empiricamente baseada e manifestada em opiniões (doxastikos logos).
Este desacordo quanto ao papel da razão na percepção dos sentidos se resume assim: Platão afirma que a percepção dos sentidos por apreender muito pouco sem razão e opinião; Aristóteles nega a razão e a opinião racional aos animais, e assim permite um conteúdo mais rico a percepção sensorial destes, e concede a eles também uma faculdade informativa para apreender como as coisas aparecem, a phantasia, que, diferentemente de Platão, ele distingue nitidamente da doxa racional.
Nesta controvérsia os comentadores platonistas nos séculos II a VI desenvolvem a insistência de Platão na razão fazendo a percepção dos sentidos implicar na “projeção” de conceitos da mente para fins de reconhecimento: imaginação, comunicação linguística, compreensão e estudo científico.
Os comentadores, começando com Alexandre de Afrodisia, também marcaram o caminho para ideia, que veio a se tornar central na moderna Filosofia da Mente por Franz Brentano, que a percepção sensorial tem objetos intencionais. Os comentadores estavam assim em luta com a ideia de Aristóteles da recepção da formas na percepção dos sentidos. A interpretação de Sorabji é que a forma aristotélica recebida, por exemplo na visão, não era um objeto intencional, mas uma mancha de cor no olho. Os comentadores preocupavam-se que choques no meio do caminho, no ar, entre tais formas, levariam a distorções de percepção. Isto levou-os a distinguir diferentes graus de espiritualidade versus materialidade nas formas recebidas pelos diferentes sentidos. Novas permutações nos comentários de Avicena e Tomás de Aquino levaram eventualmente à noção de um mero objeto intencional de percepção, o qual Brentano ressuscitou da tradição escolástica.
Assim, Prisciano repete que a razão empiricamente baseada, doxastikos logos, é requerida para o reconhecimento perceptual. Mas os neoplatonistas deram mais um papel ao logos, agora no sentido de um conceito. O reconhecimento perceptual não pode ocorrer a menos que os rememorados conceitos platônicos seja projetados da mente, para tornar o reconhecimento possível. Deste modo, a harmonização entre Platão e Aristóteles, concernente aos conceitos, se confunde.
A visão platônica no Fédon, que nossos conceitos são rememorados de uma vida antes de nosso nascimento e armazenados em nossas almas racionais, vai ser adotada pelos comentadores, ajustada em sua interpretação, mas predominante sobre a posição aristotélica dos Analíticos Posteriores, de que o mais rudimentar conceito universal, por exemplo de um boi, é baseado em nada mais que muitas memórias de bois percebidos e que a percepção já apreendeu o conceito universal, embora o intelecto desempenhe um papel em algum momento.