ti esti

ti ésti: o que é? aquilo que é, essência

Aquilo que responde à questão de «o que é?» por revelação da essência (ousia) da coisa, i. é, por definição (horos) através do genos e diaphora (Aristóteles, Top. VIII, 153a); ver ousia. [Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters]


A interpretação do ser se destaca desde a origem da filosofia grega. Ela aí constitui o fio da intriga que alentou Platão e Aristóteles em sua demanda da “coisa mesma” (to pragma auto), a saber da “verdade” (aletheia); ao mesmo tempo a princípio que constituía o fio condutor da busca filosófica desta ciência investigada que é a ciência aristotélica do ser enquanto ser (ou do “ente enquanto ente”, on hei on), assim como o fio condutor da busca dialética do ontos on platônico (a busca daquilo que é em sendo). [Notions philosophiques]


A tentativa de determinação imposta pela indagação “o que é” põe em questão a legitimidade da própria interrogação, sob essa forma, levando a uma explicitação do que se entende por tal “o que é”. Veja-se em particular as repetidas distinções entre definição e exemplo, essência e qualidade, natureza e caso, em todos os diálogos do primeiro período e, no Eutifron e no Mênon, o já claro apontar do «aspecto próprio» (auto to eidos).

A insistência no «o que é» como modo próprio da questão e, mais do que isso, a consideração de que é esse o ponto de partida necessário de toda a investigação bem sucedida, o ex arches sem o qual qualquer exame redunda em aporia, é um traço constante da totalidade dos diálogos do primeiro período e mesmo da totalidade do pensamento platônico. [Mesquita]

, , ,