Tratado 52 (II, 3) – Se a astrologia é de algum valor

Plotin Traités. Traduction sous la direction de Luc Brisson e Jean-François Pradeau


A astrologia proveniente da Caldeia entrou na Grécia no século III AC. Os filósofos acolheram mal a astrologia. Os meios gnósticos por sua vez, especialmente os discípulos de Marcos eram adeptos da astrologia. O tom muda com Plotino que evita cair em excessos de um lado ou de outro., negando em bloco a astrologia ou lhe dando muito poder sobre o mundo daqui de baixo. Plotino adota uma posição de compromisso: a astrologia é possível, mas em um outro quadro teórico que aquele estabelecido pelos astrólogos. Se ele critica os astrólogos é a fim de alcançar uma doutrina racional sobre a ação dos astros (Tratado-28).

No Tratado-3 ataca à astrologia em razão do determinismo que ela pode engendrar. Para Plotino a ação dos astros é limitada, pois o homem possui uma alma superior que não está submetida às limitações do mundo sensível. No Tratado-28 apresenta a mesma doutrina com mais detalhes. Os astros e suas configurações exercem uma influência inegável aqui em baixo, sejam como causas e sinais, sejam apenas como sinais. Os astros anunciam todos os eventos sem exceção, sejam eles as causas ou não. Sua ação se explica pela simpatia que liga as partes do universo.

Sobre esta doutrina, Plotino retorna neste tratado 52, onde desde as primeiras linhas resume sua posição: os astros prenunciam todas as coisas mas não as produzem todas, e remete aos argumentos que a sustentam nos seus escritos cronologicamente anteriores.


A seguir versões em inglês, francês e espanhol do tratado. Para uma apresentação mais detalhada do tratado, por parágrafo ou capítulo, com comentários visite Eneada-II-3.