PLATONISME ET INTERPRETATION DE PLATON A L’ÉPOQUE MODERNE
De Reuchlin a Hegel, os diálogos de Platão não cessaram de ser consumidos e repensados. Pode-se distinguir a interpretação de Platão, que não implica em esforço pessoal de pensamento da parte dos intérpretes, e o platonismo como herança de Platão assimilada no interior de uma démarche filosófica nova. De Reuchlin a Kleuker, Platão é interpretado como o grande filósofo herdeiro da sabedoria tradicional originária da Cabala ou dos Caldeus. A verdade metafísica sobre a salvação da alma, sobre Deus e sobre o mundo lhe foi dada pelas revelações especiais que soube explicar nos seus diálogos. Só a partir da segunda metade do século XVIII que tem início uma interpretação mais racionalista de Platão, com Hemsterhuis, depois Hegel e Schelling. Esta interpretação implica em um platonismo de fato; se inscreve no quadro de uma nostalgia da Grécia (Heinse e Hölderlin), na base da reflexão política e metafísica do jovem Hegel. A referência a Aristóteles será mais tardia e e menos assimilada. A última parte desta obra demonstra a persistência de filosofemas platônicos na época moderna: a reminiscência de Hegel, a contemplação para Cruezer, a alma do mundo em Cudworth e outros tantos.
Através da questão das correspondências e harmônicos entre a alma, o mundo e Deus, se revela a grande interrogação seguinte: como pensar o platonismo segundo a mobilidade e sem referência a uma filosofia da substância e da imutabilidade?
Resumo
O problema da “recepção” de Platão
Primeira Parte – Leituras de Platão nos séculos XVI e XVII
1. Platonismo e Cabala na obra de Johannes Reuchlin
2. Os Platônicos de Cambridge e sua compreensão das relações entre microcosmo e macrocosmo
Segunda Parte – O problema do platonismo no século XVIII
1. Platonismo e paganismo no século XVIII
2. Platão revisado e corrigido pela Aufklärung
– O uso dos diálogos de Platão segundo Jean-Jacob Engel
– O Fédon de Moses Mendelssohn
– O Sistema de filosofia platônica de Tenneman
3. O platonismo do círculo de Münster
– A tradição platônica revivificada por J.F. Kleuler
– O platonismo de Hemsterhuis
4. Platonismo e antiplatonismo no fina do século XVIII: Hemsterhuis e Fichte
Terceira Parte – Platonismo e idealismo na Alemanha
1. A verdade da utopia: a imagem da Grécia em Heinse e H6olderlin
2. A influência platônica na formação do pensamento político de Hegel em Frankfurt e em Iena
3. A noção de matéria espiritual em Hegel e Schelling em Iena
4. Platonismo e aristotelismo em Hegel
Quarta Parte – A persistência de grandes filosofemas platônicos
1. Hegel e a reminiscência
2. A contemplação: Creuzer, intérprete de Plotino
3. A Alma do Mundo e seu destino no pensamento cristão platonizante