A segunda acepção de ethos (com épsilon inicial) diz respeito ao comportamento que resulta de um constante repetir-se dos mesmos atos. É, portanto, o que ocorre frequentemente ou quase sempre (pollakis), mas não sempre (aei), nem em virtude de uma necessidade natural. Daqui a oposição entre ethei e physei, o habitual e o natural. O ethos, nesse caso, denota uma constância no agir que se contrapõe ao impulso do desejo (orexis). Essa constância do ethos como disposição permanente é a manifestação e como que o vinco profundo do ethos como costume (v. hethos), seu fortalecimento e o relevo dado às suas peculiaridades. O modo de agir (tropos) do indivíduo, expressão da sua personalidade ética, deverá traduzir, finalmente, a articulação entre o hethos como caráter e o como hábito. (Lima Vaz)
A ética é uma noção formada a partir do grego ethos, que constitui juntamente com o termo moral, um par de sinônimos que se diferenciam: a ética voltada de modo mais abrangente para a moral sob todas as formas, enquanto estudo teórico dos princípios governando as ações e o próprio conjunto de princípios governando a ação dos indivíduos. (Notions philosophiques)