O verbo anabakcheuesthai – que significa “ser arrebatado por furor báquico (dionisíaco)” – ocorre apenas Enéada I. 6 (1) 5 e em VI. 7 (38) 22.9, e essas parecem ser as únicas ocorrências desse verbo em contexto filosófico. Certamente Plotino tem em mente o trecho do Fédon platônico em que Sócrates compara os filósofos a bacantes (69 d 1). Em Platão, porém, não há a afirmação do contato com o intelecto e as formas como uma experiência bacante, como há em Plotino. Curiosamente, Hegel retoma essa noção no prefácio à sua Fenomenologia do Espírito, em que descreve a verdade como um delírio bacante (“Das Wahre ist so der bacchantische Taumel”). O neologismo “dionisar-se” foi cunhado por Trajano Vieira, em sua tradução de As Bacantes de Eurípides (ed. Perspectiva, 2003). (Baracat)
gr. anabakkheúesthai designa o transe dionisíaco; Platão compara os filósofos a bacantes (Fédon 69d1), na medida que a busca da verdade e da beleza deve suscitar em nossa alma uma paixão entusiasta. O Tratado 38 utiliza igualmente este termo para designar a união da alma ao que de melhor há no divino. (Brisson)