átomon: «inseccionável», matéria indivisível, partícula, átomo
1. A crítica de Parmênides ao vitalismo dos Milésios e às suas inexplicadas gênesis e kinesis produziram frutos nos pontos de vista de Empédocles e Anaxágoras, que reduziram toda a gênesis a um ou outro tipo de mistura da matéria indestrutível (ver Empédocles, Diels 31A28, 30; Anaxágoras frg. 12) e que postularam uma fonte de movimento que era diferente da coisa movida (ver kinoun). Mas tanto Empédocles como Anaxágoras tinham postulado uma pluralidade de tipos de elementos básicos e assim não conseguiram encontrar a hipótese parmenidiana de que o verdadeiro ser é uno (ver on e Melisso, frg. 8). Deste complexo de problemas e soluções parciais desenvolveu-se a posição atomista: a existência do ser e do não ser (i. é., o vazio; ver kenon), estando na forma de um número infinito de partículas indivisíveis e indestrutíveis substancialmente idênticas e divergentes só na forma e tamanho, por meio de cuja agregação (synkrisis) as coisas sensíveis passam a existir (Diels, frgs. 67A14, 68A37; Aristóteles, Metafísica 985b; ver gênesis).
2. Os átomos têm movimento eterno (Aristóteles, De coelo III, 300b; ver kinesis) e os mais móveis são a alma esférica e os átomos do fogo (idem, De anima I, 405a); toda a sensação é reduzida ao contacto (idem, De sensu 442a); todas as outras qualidades sensíveis são apenas convenção (nomos; Demócrito, frg. 9; ver pathos). As variações posteriores de Epicuro e Lucrécio podem encontrar-se in D. L. X, 35-39 e De rerum nat. I, 265-328, 483-634; II, passim.
Para a versão pitagórica do atomismo numérico, ver arithmos, monas, megethos; para o atomon eidos como a ínfima species na divisão, ver diairesis, diaphora, eidos; para a cinética do atomismo, kinesis; para a formação de corpos compostos, gênesis; sobre o problema geral das magnitudes indivisíveis, ver megethos. [Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters]
átomon: «inseccionável», matéria indivisível, partícula, átomo. O conceito de átomo, no sentido de unidade elementar e indivisível foi formalizado pela primeira vez pelos filósofos da Grécia antiga, por Empédocles, Demócrito e Leucipo, por volta do século IV AC, em seguida por Epicuro e finalmente por Lucrécio no século I AC. Os átomos em Leucipo e Demócrito são grandezas materiais, infinitas em número (vide plethos) indivisíveis, homogêneas, possuem um “corpo comum” (to koinon soma), mas diferem quanto à figura (skhema), a ordem (taxis) e à posição (thesis). [Notions Philosophiques]