As afecções podem ser atribuídas a três sujeitos distintos: à alma ela mesma; à alma na medida que ela se serve do corpo, que ela dele faz uso; à mistura que formam a alma e o corpo. A primeira atribuição é de origem estoica, mas que se pode imputar a Aristóteles, até mesmo a Platão. Os estoicos que definem a alma como uma realidade corporal dela fazem o sujeito das “paixões”. Está na natureza da alma, tal como a concebem os estoicos de ser “patética”, como lembra o Tratado-26 das Enéadas. Esta mesma tese poderia ser imputada aos aristotélicos, que atribuem afecções à alma e que explicam em sequência a Aristóteles que a sensação é uma afecção da alma (Da alma III 8, por exemplo), e mesmo aos platônicos que mantêm no Filebo que existe prazeres puros, próprios à alma e conformes a sua natureza (Filebo 50e-53c). Tem-se deste modo uma tese que pronuncia que está na natureza ou na realidade da alma de ser afetada e passível, que se pode imputar a diferentes doutrinas mas que Plotino entende rejeitar absolutamente.
Brisson & Pradeau: Afecções
- MacKenna: Tratado 26,10 (III,6,10) — A matéria não sofre alteração
- MacKenna: Tratado 26,11 (III,6,11) — Em que sentido a matéria má, participa do Bem
- MacKenna: Tratado 26,12 (III,6,12) — Sequência da reflexão sobre a “participação impassível”
- MacKenna: Tratado 26,13 (III,6,13) — Em que sentido a matéria “foge da forma”
- MacKenna: Tratado 26,14 (III,6,14) — Existência da matéria; interpretação alegórica do mito de Poros e Penia
- MacKenna: Tratado 26,15 (III,6,15) — As formas estão na matéria como as representações na alma
- MacKenna: Tratado 26,16 (III,6,16) — A matéria e a dimensão: o problema da grandeza
- MacKenna: Tratado 26,17 (III,6,17) — Sequência do exame da grandeza material
- MacKenna: Tratado 26,18 (III,6,18) — Sequência e fim do exame da grandeza material
- MacKenna: Tratado 26,19 (III,6,19) — Em que sentido compreender que a matéria seja comparada a uma “mãe”