Categoria: António Caeiro

  • Caeiro (Arete:67-68) – pathos

    A eclosão do horizonte da situação humana (praxis) dá-se a partir da tematização das afectações (pathe) da lucidez humana (psyche) com vista à sua neutralização afectiva e à obtenção da liberdade que nos permita reagir-lhes, esboçando, dessa forma, um comportamento activo. Os limites patológicos são o sofrimento (lype) e o prazer (hedone). A libertação do…

  • Caeiro (Arete:63-66) – mimesis

    A análise platônica do fenômeno da imitação reprodutora (mimesis) aponta para o facto absolutamente espantoso de a sua ação não se circunscrever só aos mais diversos campos da reprodução artística, mas extravasar para fora do domínio da realidade no seu todo. Ou seja, a actividade artística de um pintor exacerba esta nossa instalação do olhar.…

  • Caeiro (Arete:63) – eidos – aspecto

    Vejamos um pouco mais de perto o que Platão pretende dizer. Suponhamos o tampo da mesa a que me encontro sentado. Nós estamos preparados a determiná-lo quanto à sua forma geométrica como rectangular. Podemos enunciar o juízo «o tampo da mesa é rectangular». Aparentemente, estamos a trazer à linguagem aquilo que nos parece ser o…

  • Caeiro (Arete:59-60) – mimesis

    Cada coisa pode ser considerada em três modos de ser: ou como aquilo que cada coisa é na sua natureza , sendo Deus que a produz ; ou como objecto no mundo e que utilizamos — feita por um artesão; ou no modo como o pintor retrata as coisas, apenas num dos seus aspectos, cristalizados…

  • Caeiro (Arete:57-58) – eidos

    Há uma «ideia» que nós fazemos acerca de todas as coisas na sua diversidade, às quais aplicamos o mesmo nome que damos àquela. Uma manifestação (eidos) é a unidade de sentido que nos permite compreender todo um conjunto de coisas na sua diversidade, na medida em que se trata do aspecto característico que cada coisa…

  • Caeiro (Arete:49) – arete

    CAEIRO, António de Castro. A arete como possibilidade extrema do humano. Fenomenologia da práxis em Platão e Aristóteles. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2002, p. 49 A excelência (arete) não é nenhum conteúdo de aprendizagem (mathema), porquanto a situação de aprendizagem do que possa ser esse conteúdo não se pode concretizar em enunciados que o…

  • Caeiro (Arete) – praxis

    A caracterização de uma vida (psyche) como apta ou inapta, como adaptada ou inadaptada, depende, por conseguinte, da análise da situação por que cada um passa, situação que pode resultar da própria ação de cada homem ou constituída pela própria vida. Cai-se em e criam-se situações. O termo práxis (praxis) engloba em si as mais…

  • Aristóteles

    Aristóteles de Estagira, na Trácia (384-322): discípulo de Platão durante 20 anos; preceptor de Alexandre Magno, em 325, funda, em Atenas, o “Perípato”. Escritos principais (para a cronologia e autenticidade cf. W. Jaeger, Aristóteles, 1923 [trad. espanhola: Aristóteles, 1946]; P. Gohlke, Aristóteles und sein Werk, 1948; 3. Zurcher, Aristóteles. Werk und Geist, 1952): Escritos lógicos:…

  • physei onta

    Como vimos, o horizonte de acontecimento dos entes por natureza (φύσει ὄντα, physei onta) é circunscrito a partir da consideração do princípio (αρχή, arche) da movimentação (κίνησις, kinesis), nas suas mais variadas acepções, como transformação, alteração substancial e qualitativa, quantitativa, como processo de geração e também, por fim, movimento ou deslocação espacial. A origem e…

  • genesis (Caeiro)

    CAEIRO, António de Castro. A arete como possibilidade extrema do humano. Fenomenologia da práxis em Platão e Aristóteles. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2002, p. 289 «A chamada natureza é como que um processo geracional, um caminho para a natureza» [Aristóteles, Física, 193b12-13], na medida em que «aquilo que se forma vem de um estado…