Enéada I,1,1 — Distinções psicológicas na alma

Nossa tradução de MacKenna

1. Prazer (hedone) e angústia (lype), medo (phobos) e coragem (tharre, andreia), desejo (epithymia) e aversão (apostrophe), onde estas afetividades e experiências se assentam? Claramente, somente na alma (psyche), ou na alma no emprego do corpo (soma), ou em alguma terceira entidade derivando de ambos. Para esta terceira entidade, consequentemente, existem dois modos possíveis: poderia ser uma combinação ou uma forma distinta devida à combinação. E o que se aplica às afetividades (pathos) se aplica também aos atos, físicos ou mentais, que delas brotam. Temos, portanto, que examinar a razão-discursiva (dianoia) e a ação mental ordinária (doxa) sobre objetos dos sentidos (pathe), e investigarmos se estas têm seu assento com as afetividades e experiências, ou talvez algumas vezes este assento, outras vezes outro. E devemos considerar também nossos atos de intelecção (noesis), o modo deles e o assento deles. E este princípio investigativo, que investiga e decide nestas matérias, deve ser levado à luz. Primeiramente, qual o assento da percepção-dos-sentidos (aisthanesthai tinos)? Este é obviamente o início posto que as afetividades e as experiências (aisthesis) são ou sensações de alguma espécie ou, pelo menos, nunca ocorrem aparte da sensação.