mousike

gr. μουσική, mousikê: a arte das Musas, música. Na origem a palavra grega mousikè designava todo comércio entretido com as musas e concernia portanto todas as disciplinas intelectuais e artísticas, sem todavia se aplicar mais especificamente à arte dos sons. gr. μουσικός, mousikos = Amigo das Musas, aquele que se eleva ao Uno-Bem por sua sensibilidade aos sons harmoniosos e, geralmente, às belas coisas.


Plotin ne dévalorise pas la beauté naturelle (voir l’exemple de l’éclair qui suit à la ligne 34), mais la suite de la phrase où il est question de mousikḗ (voir note suivante) met en avant le rapport de l’homme et des Muses. La beauté sonore est envisagée d’abord comme assemblage de sonorités harmonieuses dans la parole humaine. Le beau qui se trouve dans la súnthesis, la combinaison ou l’assemblage, de lógoi – les mots ou les paroles – conduit à la mousikḗ, puis à la ligne 3, aux chants (mêlē) et aux rythmes (rhuthmoí). Si les plus belles statues sont les plus vivantes (traité 38 (VI, 7), 22) les plus beaux sons se trouvent dans les chants où la musique vocale va de pair avec la pensée vivante. L’idée selon laquelle la beauté dans les sons est celle d’une súnthesis est particulièrement développée dans l’opuscule rhétorique de Denys d’Halicarnasse (Ier siècle av. J.-C.) (La Composition stylistique, trad. G. Aujac et M. Lebel, Paris, Les Belles Lettres, 1981). (BPTraites1-6:80)


O “Amigo das Musas” (gr. mousikos) é aquele que se eleva para o Uno-Bem, segundo Plotino, por sua sensibilidade aos sons harmoniosos e, mais geralmente, às belas coisas.

Gandillac, também nos lembra que, sem ver “aquilo que os move e os faz falar”, os “inspirados” e os “possuídos” experimentam pelo menos algum sentimento (Tratado-49). À semelhança do jovem amante que retira sua bem-amada da casa paternal, o belo sensível nos seduz e, pela graça das Musas, nos chama a uma etapa ulterior da ascensão, mas este útil servidor não é senão o intermediário que ele mesmo, até o final, “tem necessidade do Bem e do qual jamais o Bem ele mesmo não tem qualquer necessidade” (Enéada V, 4, 12). Além das aproximações fenomenais, é portanto o Uno-Bem que — fonte de todo o desejo, patente ou latente — através das emoções estéticas onde se misturam prazer e dor, se torna de algum modo presente à alma.


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