Para Sorabji (2005 p.134), Platão no Cármides (167a-169c) levanta dúvidas sobre a ideia que a temperança seja conhecimento do que se conhece e não se conhece. Ele permanece incerto se pode haver conhecimento do conhecimento (episteme epistemes) por causa de dúvidas sobre o caso análogo da visão. A visão não pode ser visão de si mesma e não de cor. Presumivelmente, tal visão não teria conteúdo, se a cor não estivesse incluída no conteúdo. Analogamente, o conhecimento do conhecimento seria sem conteúdo.
Uma solução, aristotélica em espírito, ao problema de Platão seria que, quando nós estamos cientes de ver, percebemos que percebemos cor. Assim cor não é excluída de maneira alguma, no caminho de Platão, do conteúdo da auto-cientidade. Isto é o tipo de solução indicado por Aristóteles em De Anima 3.2. Comparar Ética a Eudemo 1245a5-9 quanto a visão que em percebendo a si mesma percebendo o desejável, faz conectar desejabilidade com si mesmo.