philosophia

gr. philosophia.- amor da sabedoria, filosofia

Mais que uma técnica ou uma região particular do saber, e mais que a forma mais elevada do saber, a filosofia designa nos diálogos platônicos um desejo que vem alimentar e excitar, naquele que dela faz o princípio de sua existência, um certo número de exigências e de práticas. Este desejo é aquele que porta certos homens para a sabedoria, que deve ser compreendida ao mesmo tempo como esta experiência do pensamento que encontra sua realização no conhecimento do que é, na intelecção das Formas inteligíveis, mas também como esta conversão da alma que se revela ser a condição da vida boa e feliz. (Luc Brisson)


1. Pelo relato tradicional grego Pitágoras foi o primeiro a usar o termo philosophia (ver D. L. I, 12; Cícero, Tusc. V, 3, 8), e dotou a palavra com um sentido fortemente religioso e ético (contrastar o uso «Iônico» neutro em Heródoto I, 30), que melhor se pode ver na opinião do filósofo exposta por Sócrates no Fédon 62c-69e. Em Aristóteles perdeu estes matizes pitagóricos (o mesmo processo é visível em Platão, ver phronesis): philosophia tornou-se agora um sinônimo de episteme no sentido de uma disciplina intelectual que procura as causas (Metafisica 1026a). No mesmo passo Aristóteles menciona «primeira filosofia» (prote philosophia) ou «teologia» (ver theologia; «metafísica» é uma palavra posterior) que tem como seu objeto não as coisas mutáveis como a física (também chamada «filosofia segunda», ibid. 1037a), ou as relacionadas com a matéria, como a matemática, mas o ser (on) que é eterno, imutável e separado da matéria. Esta é a mesma ciência chamada sophia na Metafisica 982a-983a.

2. A divisão da filosofia em física, ética e lógica remonta provavelmente ao estoicismo (D. L. VII, 39; Cícero, Acad. post. 5, 19), e também foram os estoicos que alargaram a philosophia para uma vez mais abranger tanto o prático como o teórico: ver a definição de Cícero, De fin. III, 2, 4 como ars vitae; ver sophia, ouranos.

Para a metodologia da filosofia, ver aporia, dialektike, endoxon. (Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters)

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