It remains, then, to see if phantasia is opinion (doxa), for opinion is true or false. But conviction (pistis) accompanies opinion, for it is not possible for someone with an opinion on something not to have conviction about it. Among wild animals, however, none have conviction, but many have phantasia. Again, conviction accompanies all opinion, being persuaded accompanies conviction, and reason (logos) accompanies persuasion (peitho). Among wild animals, however, some have phantasia, but not reason. (Aristotle DA 3.3, 428a18-24; SorabjiPC1:61)


For conviction (pistis) is always a consequence (hepesthai) of the latter (opinion), for a person who has an opinion (doxa) about something always assents (sunkatatithesthai) to its being so as well. For opinion about something is an assent by that person to its being so, and assent is accompanied by conviction (pistis), since opinion is rational assent accompanied by judgement (krisis). But not every case of being appeared to (phantasia) is accompanied by conviction. For there are many non-rational animals, at any rate, who have (the ability to) be appeared to, but not conviction; but if they do not have conviction, then they do not have assent accompanied by judgement either. Furthermore, every opinion involves (61) composition — for it is either affirmative or negative — while not every case of being appeared to is such. For this reason, what is true and (what is) false are not similar in both cases, just as they are not in perception and opinion either. (Alexander DA 67,15-23; SorabjiPC1:61-62)


PÍSTIS (croyance, foi) (grec)

subs. fém.

Un dérivé de la famille du verbe peithomai dont le sens premier est persuader. On trouve un usage de ce terme chez les présocratiques, soit pour désigner ce qui est crédible, ce à quoi on peut se fier (Parménide, D.K. 28 B 8, 50, Empédocle, D.K. 31 B3, B 4, B 114), soit pour désigner une croyance non fondée sur la vérité (Parménide, D.K. 28 B 1, 30), comme le sont les déxai des mortels. Ces deux sens semblent contradictoires, ce qui laisse croire que le terme n’a pas acquis un sens technique précis. Dans l’image de la Ligne, chez Platon, la pistis désigne le deuxième degré de connaissance qui porte sur les réalités sensibles et qui engendre une certitude sensible (Rép. VI 511 e). Platon considère la pistis parfois comme une espèce de la doxa (Rép. VI 511 d 4-5). Parfois il assimile tout simplement pistis et doxa qu’il oppose à épistémè (Gorg. 454 e 4, Tim. 37 b 8). Chez Aristote le terme est surtout utilisé dans sa théorie de la rhétorique comme objet propre de celle-ci. Cependant, Aristote n’a pas dévalorisé la rhétorique comme l’a fait Platon (Rhét. I 1, 1355 a 39-b 21). (Y. Lafrance) (NP)


pístis: 1) fé, crença (estado subjetivo); 2) algo que inspira crença, prova

1) O termo ocorre tanto em Parmênides (frg. 1, v. 30; frg. 8, v. 50) como em Empédocles (frgs. 3, 4, 114), mas não é seguro estar a ser usado em qualquer sentido técnico. Na «linha dividida» de Platão os estados mentais que não são verdadeiro conhecimento (episteme) mas têm antes que ver com a «opinião» são divididos em duas classes: uma diz respeito às imagens (eikones) das coisas sensíveis, enquanto a outra, descrita como pistis, é a percepção das coisas sensíveis (Republica 509e-511e). A pistis não desempenha um papel importante na epistemologia de Aristóteles; ele estava mais interessado nela no contexto da relação entre a prova e a convicção; 2) pistis (convicção subjetiva) é o objeto da arte da retórica (Rhet. I, 1355b), e os vários meios de persuasão são delineados na Rhet. I, 1356a. (Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters)


gr. πίστις, pístis: 1) fé, crença (estado subjetivo); 2) algo que inspira crença, prova. Entre os dois gêneros de objetos opostos (o ser e o não-ser), Platão evoca gêneros intermediários, segundo um esquema linear que oferece uma representação dos quatro modos de conhecimento que correspondem aos quatro gêneros de objetos suscetíveis de afetar a alma que os conhece. O gênero de objetos de corpos naturais ou técnicos são conhecidos pela crença ou convicção (pistis). (Luc Brisson)

Entre os dois gêneros de objetos opostos (o ser e o não-ser), Platão evoca gêneros intermediários, segundo um esquema linear que oferece uma representação dos quatro modos de conhecimento que correspondem aos quatro gêneros de objetos suscetíveis de afetar a alma que os conhece. O gênero de objetos de corpos naturais ou técnicos são conhecidos pela crença ou convicção (pistis). (Luc Brisson)


Indaguemos, agora, acerca do grau de certeza que a sensação oferece, conforme Plotino. Primeiramente, nada mais do que a dóxa, a opinião, da qual ninguém deve fiar-se demais. À dóxa segue-se a pistis, a qual já representa um degrau superior mais seguro, no conhecimento, devido à intervenção da razão. O que é a pístis? ? uma consequência da opinião; mais claramente: é uma persuasão, que ainda não se equipara a certeza total. Por outra, a pistis, sinonimizando com persuasão, não representa a firmeza da evidência (enárgeia). A pistis não dispensa a demonstração (apódeixis), pois esta é alcançada com a ajuda da razão (paidagogoûntos lógou pístin perichoménou) (En. V, 9, 4,31-32 ). Assim, há um matiz nos diversos graus de conhecimento ministrados pelos sentidos: a dóxa e a pístis, cuja tradução para “convicção” seria demasiado forte e para “crença” demasiado fraca. Verter para “certeza” seria exagero, porque a pístis não chega à evidência.

Bem diverso é o conhecimento do Uno (= primeira hipóstase = pensamento de pensamento) e do Noûs (Inteligência = segunda hipóstase)1. A persuasão (pístis) não tem lugar na contemplação extática do Uno, porque “não há mais dualidade, mas (a alma) tornada outra que antes era (…), pertence a ele (Uno) e é uma com ele, tendo feito coincidir, pelo assim dizer, centro com centro” (En. VI, 9, 10, 15-18 ). A esse respeito, diremos mais, ao tratarmos do conhecimento místico. Da mesma forma, não há persuasão no Noûs (Inteligência). Sendo ele hèn pollá, “não necessita, nem de demonstração (apódeixis), nem de pístis (persuasão), porque ele é evidente (enargês) a si mesmo” (En. V, 5, 2, 14 ). O Noûs ou Inteligência é, portanto, uma contemplação pura e viva, “(…) não de um objeto contemplado como se (este objeto) estivesse em outro” (En. III, 8, 11-12 ). Por que isso? Por ele ter em si as verdadeiras realidades, que são as essências. Por conseguinte, não conhece por imagem, mas a coisa em si: “(…) ele mesmo é aquilo que conhece”2. Não há intermediário. Nem o engano, nem o erro podem ali insinuar-se. “O Noûs vê uma luz com outra luz, não por um meio estranho” (En. V, 3, 8, 22-23). O Noûs é a verdade. Ele conhece verdadeiramente, nada esquece e não precisa andar à procura da verdade. Por quê? Pelo fato de “ser ele próprio os seus inteligíveis, visto as ideias deles não terem sido adquiridas” (En. V, 4, 2, 46). Plotino argumenta com este pressuposto: “Deve existir, existe algo permanente e eterno. Não fora assim, onde procurar o que é digno de estima? Não existiria” (ei mê tautòn, ouk alêtheia éstai) (En. V, 3,4, 24). Mas, a verdade no Noûs tem sua origem, em última instância, no Uno. Por isso, o Noûs não é o objetivo final da aspiração humana. (Plotino, um estudo das Enéadas”, de R. A. Ullmann

 


  1. O termo hypóstasis recebeu traduções várias: realidade subsistente; substância; princípio; pessoa; realidades em geral; realidade transcendente. 

  2. En. V, 9, 5, 6; cf. etiam En. V, 9, 8, 15-20