É portanto mais exato dizer que o Uno é sem forma (aneideon) que dizer que ele tem uma forma. Ele não é portanto substância (ousia), não é determinado, não se o apreende como algo, pois se se pudesse fazê-lo ele não seria mais princípio, mas somente um «isto». Ele está além de tudo, além do ser. Ele não tem nome, é somente um «não isto». Para alcançá-lo, é preciso superar não somente todo o sensível, mas também todo o inteligível. O inteligível não ensina que ele é, mas não quem ele é. Daí o paradoxo de falar do Uno: fala-se disto que não é dizível e nomeia-se o que não é nomeável. De fato este nome Uno significa tão somente a negação de toda multiplicidade: é de certo modo um nome negativo, dizendo o que o Uno não é, sem dizer o que é. Mas este nome Uno que exprime a simplicidade absoluta deve ser negado ele também, pois ele não nos mostra de todo a natureza do Uno. Se é possível de perceber o Uno é impossível de conhecer sua forma (eidos) (Eneada-V, 5, 6).