É portanto mais exato dizer que o Uno é sem forma (aneideon) que dizer que ele tem uma forma. Ele não é portanto substância (ousia), não é determinado, não se o apreende como algo, pois se se pudesse fazê-lo ele não seria mais princípio, mas somente um «isto». Ele está além de tudo, além do ser. Ele não tem nome, é somente um «não isto». Para alcançá-lo, é preciso superar não somente todo o sensível, mas também todo o inteligível. O inteligível não ensina que ele é, mas não quem ele é. Daí o paradoxo de falar do Uno: fala-se disto que não é dizível e nomeia-se o que não é nomeável. De fato este nome Uno significa tão somente a negação de toda multiplicidade: é de certo modo um nome negativo, dizendo o que o Uno não é, sem dizer o que é. Mas este nome Uno que exprime a simplicidade absoluta deve ser negado ele também, pois ele não nos mostra de todo a natureza do Uno. Se é possível de perceber o Uno é impossível de conhecer sua forma (eidos) (Eneada-V, 5, 6).
Nome «Uno»
- Bouillet: Tratado 32 (V, 5) – LES INTELLIGIBLES NE SONT PAS HORS DE L INTELLIGENCE DU BIEN.
- Enéada V, 5 – Sobre o intelecto e que os inteligíveis não estão fora do Intelecto, e sobre o Bem
- Enéada V, 5, 1 — Porque os inteligíveis não podem se encontrar fora do Intelecto
- Enéada V, 5, 10 — Como se percebe o Uno
- Enéada V, 5, 11 — Os materialistas se privam das divindades, pois elas são imateriais
- Enéada V, 5, 12 — A primazia do Bem, que vem mesmo antes do Belo
- Enéada V, 5, 13 — A transcendência absoluta do Bem
- Enéada V, 5, 2 — O Intelecto contém nele todos os inteligíveis
- Enéada V, 5, 3 — O Intelecto é um segundo deus e vem do primeiro deus
- Enéada V, 5, 4 — Sobre a relação entre o Uno e os números