O Uno é o poder que faz ser todas as coisas: se não fosse nada seria, nem mesmo a Inteligência. Está acima da Vida, é causa da Vida. A vida em ato não é primeira, mas flui dele como de uma fonte. Isso está figurado por duas comparações. Primeiramente aquela de uma fonte imensa, sem princípio, que alimentaria todos os rios sem se esgotar neles, mas permanecendo nela mesma, e os rios estão então reunidos depois se separam, se dirigindo cada um em sua direção. Ou bem a vida de uma planta muito grande, uma vida que circula em toda árvore enquanto seu princípio permanece imóvel na raiz sem se dividir. O problema essencial é sempre aquele do um e do múltiplo: como o múltiplo pode vir do um, como o múltiplo não pode existir se não é precedido pelo um? Ora o princípio que é o Uno não se partilha no todo, mas se se partilhasse se destruiria e destruiria assim o todo que não pode existir se o princípio não permanece nele mesmo em sua alteridade. Cada ser tem seu princípio único e o todo tem como princípio o Uno que é ele mesmo seu princípio e não é nada disto de que é princípio. Nada pode lhe ser atribuído, nem o ser, nem o princípio, nem a vida, ele está além destas realidades (Eneada-III, 8, 10).
Poder
- Enéada III, 8 – Sobre a contemplação
- Enéada III, 8, 1 — Todas as coisas aspiram à contemplação
- Enéada III, 8, 10 — O Uno é o princípio e poder de todas as coisas
- Enéada III, 8, 11 — O Intelecto deseja e alcança o Bem
- Enéada III, 8, 2 — A natureza que é uma forma e uma razão, produz
- Enéada III, 8, 3 — A natureza produz porque ela contempla
- Enéada III, 8, 4 — A natureza em repouso
- Enéada III, 8, 5 — A parte superior da alma contempla
- Enéada III, 8, 6 — Todas as atividades da alma são contemplações
- Enéada III, 8, 7 — Todas as realidades verdadeiras contemplam e são contemplações