Realidade

BRISSON & PRADEAU, 2002 p. 135
No Tratado-8 é a primeira vez que Plotino diz da alma que ela é uma realidade (ousia). A nota pode ser compreendida, em sentido igualmente forte, assim como na terminologia platônica como na terminologia aristotélica. Quer se trate de fazer notar que a alma faz certamente parte das realidades (quer dizer, segundo os platônicos, dos inteligíveis); seja ainda de sublinhar que ela é melhor o sujeito e a “substância” das operações que se erraria em imputar aos corpos (como o dizem os aristotélicos, sem disso tirar todas as consequências, e sem concluir, sobretudo, na separação da alma e do corpo.


BRISSON & PRADEAU, 2002 p.136
No Tratado-8 encontra-se o termo hypostasis, empregado em seu sentido próprio plotiniano. Brisson & Pradeau preferem a tradução por “existência”. Fazem notar que a existência é uma posse: uma realidade tem ou ainda recebe uma existência (no sentido estrito, o Intelecto e a Alma não são portanto para Plotinohipóstases”). Em seguida, como aí retoma o Tratado-10, eles salientam o fato de ter uma tal existência qualifica precisamente as realidades que têm por elas mesmas o princípio de sua existência. É o caso do Intelecto e da Alma, e de certa maneira, do Uno (todavia não se diz senão por analogia, pois o Uno “não é”).