Teologia Negativa

Não admira, portanto, que o conhecimento que temos do Uno seja apofático, negativo: “Nós logramos dizer o que ele não é1, o que ele é não podemos dizê-lo; a partir do que é depois dele é que nos exprimimos relativamente a ele”. Logo, além de falarmos do Uno negativamente, falamos dele também regressivamente, indo dos efeitos para a causa, a qual não pode ser circunscrita, por não ter limites, por ser infinita2. (Excertos de “Plotino, um estudo das Enéadas”, de R. A. Ullmann)


  1. “Der negative Weg im Denken des Einen den er (Plotin) verfolgt, macht ihn so zum Vater der negativen Theologie, zum Eroffner der sogenannten via negativa” (GADAMER, Hans-Georg, Griechische Philosophie (Tübingen, 1991), Band 7, p. 412-413). 

  2. Belíssimo é o pensamento de Plotino acerca da infinitude do Uno: “Deves concebê-lo (o Uno) também como infinito, não porque seja incomensurável em grandeza ou em número, mas por causa da não-limitação do poder. Se o pensas como espírito ou Deus, ele é ainda mais. Se o pensas como Uno, também então é mais do que possas imaginar (…)” (En. VI, 9, 6, 11-16).