Trabattoni: Obra de Platão

Segundo Franco Trabattoni, em seu livro PLATÃO (AnnaBlume, 2010, pg. 13),

A tradição legou-nos tudo aquilo que Platão escreveu e, além disso, transmitiu-nos também, sob seu nome, obras que não eram de sua autoria. Referimo-nos em primeiro lugar às chamadas Definições e a seis diálogos que já os antigos consideravam espúrios. A restante obra platônica foi ordenada pelo gramático Trasilo, no início do século I dC, em nove tetralogias, ou seja, em grupos de quatro, e essa estrutura é conservada também em muitas edições e traduções modernas. Desses 36 escritos, 34 são diálogos, um é um monólogo (Apologia de Sócrates) e outro é uma coletânea de Cartas. Mas, nem todo esse material pode ser considerado autêntico. Das 13 cartas, de fato, talvez somente uma ou duas tenham sido escritas realmente por Platão (particularmente a VII, que é, sem dúvida, a mais interessante). Além disso, acredita-se que o Epinômide teria sido escrito por um discípulo seu, Filipe de Opunte. Muitas dúvidas também foram levantadas a respeito da quarta tetralogia (Alcibíades I, Alcibíades II, Hiparco, Os Amantes), Sobre o Clítofon, sobre o Téages e sobre o Hípias Maior. Mas consideramos que, ao menos o Hípias Maior e o Alcibíades I, devem ser considerados autênticos.

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